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Mundo
03/06/2021 04:00:00

Médico brasileiro investigado por assédio sexual no Egito deve ficar detido por mais 4 dias

Prorrogação foi anunciada pelo Ministério Público do Egito. Advogada de Victor Sorrentino diz não ter informações sobre ordem das autoridades egípcias no momento.


Médico brasileiro investigado por assédio sexual no Egito deve ficar detido por mais 4 dias

O Ministério Público do Egito informou, nesta terça-feira (1º), que prorrogou, por mais quatro dias, a detenção do médico de Porto Alegre investigado por assédio sexual no país. Victor Sorrentino foi detido a caminho do aeroporto do Cairo, no domingo (30), quando tentava deixar o país. O incidente envolvendo uma vendedora egípcia aconteceu no dia 24 de maio, em uma loja onde são vendidos papiros, usados no Egito Antigo para a escrita. 

No dia seguinte (25), Victor voltou ao local para pedir desculpas e gravou um novo vídeo.

Segundo o MP, o médico insultou uma vendedora com insinuações sexuais, “violando os princípios e valores da sociedade egípcia e a santidade da vida privada da vítima”.

A defesa do médico disse que ele estava em um prédio público do governo egípcio, equivalente a uma procuradoria de Justiça do Brasil, e podia se comunicar com quem quiser.

Na noite de segunda (31), horário de Brasília, o órgão egípcio havia mantido a detenção de Sorrentino até esta terça, quando as investigações seriam retomadas.

A advogada do brasileiro, Amanda Bernardes, disse não ter informações sobre o caso no momento. “A gente sabe que vai ter outra audiência amanhã [quarta (2)]”, disse Patrícia, irmã e assessora de comunicação de Sorrentino.

O setor consular da Embaixada do Brasil no Cairo disse que “não divulga informações sobre cidadãos brasileiros”. O Itamaraty informou que “as autoridades brasileiras no Egito estão prestando assistência consular cabível ao cidadão”.

 

Pergunta de duplo sentido

 

No primeiro vídeo gravado enquanto visitava a loja de papiros, no dia 24, o médico faz perguntas de duplo sentido, com conotação sexual a vendedora. Sorrentino aparece perguntando, em português, a egípcia no bazar: “Vocês gostam mesmo é do bem duro, né?”.

No dia seguinte, o médico voltou ao local e conversou novamente com a egípcia. Nos vídeos publicados por ele numa rede social, Victor diz que havia sido “uma brincadeira brasileira” e afirma que a situação provocou “uma confusão”.

“Quando você falou do papiro, não precisa ficar vermelha, quando você falou do papiro largo, você falou, assim, ‘ah, tem que ser duro’, aí eu brinquei “ai, então é duro’, e “tem que ser grande”, grande e duro, grande e duro é uma brincadeira, você sabe”, explica o médico a vendedora.

O médico ainda alegou que está acostumado a brincar desse jeito com amigos e familiares no Brasil.

Após o médico explicar a situação, a vendedora disse em espanhol que estava “tudo bem”, acenou com a cabeça e que foi uma “piada”.
 

Segundo informações divulgadas pelo MP do Egito, a mulher preferiu seguir com o processo criminal contra Sorrentino, por causa dos danos que causou ao publicar as imagens nas redes sociais. Ao analisar as imagens do vídeo, o MP informou que a vendedora parecia não entender a conotação do que era dito, mesmo falando português. “Ficou claro no clipe que a menina foi ridicularizada e parecia sorrir distraída, sem saber do abuso verbal”, explicou na nota.

A Unidade de Monitoramento e Análise de Dados do MP egípcio iniciou a apuração após a repercussão do vídeo no país.

Sessão no MP

Na sessão realizada na segunda (31), o médico teria alegado que dirigiu a vendedora frases com conotações sexuais e que publicou o vídeo como uma piada. Conforme o órgão, o médico se desculpou com a vítima depois da repercussão do caso.

Um tradutor especializado foi ouvido na audiência, confirmando o teor das falas do brasileiro, de acordo com a acusação.

https://agoranoticiasbrasil.com.br/ 

 


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