Divulgado nesta quinta-feira (27), o boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) um novo surgimento com maior intensidade da pandemia nas próximas semanas.
De acordo com os pesquisadores, na semana encerrada em 22 de maio houve aumento da taxa que mede a quantidade de novas infecções, o que se soma a altos patamares de testes positivos para o diagnóstico da doença e pode se refletir em crescimento dos óbitos em até duas semanas.
Esse cenário de alerta também se apresenta na análise da ocupação dos leitos de UTI, já que foi identificada a tendência de queda no número de internados desde o segundo pico da pandemia foi interrompida. Mas Alagoas voltou à zona de alerta crítico, assim como a Bahia, ambos com mais de 80% da ocupação de UTI.
O boletim também chamou atenção para a situação preocupante de outros estados da Região Nordeste, onde Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Sergipe mantém taxas de ocupação perto de 100%. Já Maranhão e Paraíba tiveram altas consideradas expressivas e chegaram a cerca de 75% dos leitos para pacientes graves ocupados.
Entre as capitais, Maceió aparece entre as 20 que apresentaram ocupação de UTIs acima de 80%: São Luís (95%), Teresina (estimado em torno de 95%), Fortaleza (92%), Natal (96%), Maceió (91%), Aracaju (99%), Rio de Janeiro (93%), Curitiba (96%), Campo Grande (97%), Brasília (96%), Porto Velho (81%), Boa Vista (83%), Palmas (87%), Recife (84%), Salvador (80%), Belo Horizonte (80%), Vitória (80%), Florianópolis (81%), Cuiabá (83%) e Goiânia (87%).
Âmbito nacional
Na semana analisada, a mortalidade causada pela covid-19 se estabilizou em torno de 1,9 mil vítimas diárias. O patamar representa uma redução em relação ao mês de abril, mas é quase duas vezes maior que o primeiro pico da pandemia em 2020.
A previsão do boletim é que o aumento de casos observado tende a ser acompanhado por mais mortes e casos graves. "Mantida essa tendência, se prevê um aumento na próxima semana para valores em torno de 2,2 mil óbitos por dia (2 mil a 2,4 mil, considerando a margem de erro do modelo)".
Para evitar que a doença faça mais vítimas, a Fiocruz recomenda às autoridades a manutenção de restrições de eventos de massa e atividades que promovam a interação e infecção de grupos suscetíveis, a intensificação de ações de vigilância em saúde e outras ações, como o reforço de estratégias de testagem, a vigilância genética das cepas e o controle de voos internacionais.
"Simultaneamente são necessárias medidas de preparação do sistema de saúde, desde a sincronização com a atenção primária em saúde, até a organização da média e alta complexidade, incluindo a oferta de leitos clínicos e unidades de tratamento intensivo (UTIs) Covid-19 e garantia da oferta de insumos".
O boletim analisa que tem se mostrado insuficiente e pouco sustentável a opção frequentemente escolhida por gestores "de somente reagir à expansão da pandemia e relaxar medidas frente a sinais de melhora dos indicadores".
Tnh1