Com os números de mortes e casos semanais ainda elevados, assim como a taxa de ocupação de UTIs em alta, o cenário da pandemia em Alagoas voltou a registrar uma piora e o quadro de Covid-19 continua perigoso no estado, conforme análise do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC), divulgada nesta segunda-feira (24).
De acordo com o relatório sobre a última semana epidemiológica no estado, em seu ponto mais alto, na última quinta-feira (20), a ocupação dos leitos de UTI exclusivos para tratamento da Covid-19 chegou em 85%, finalizando a semana em 81%, com 312 alagoanos internados. Dos nove municípios com leitos disponíveis, oito se encontram acima da margem de segurança de 70%, sendo que cinco apresentam ocupação superior a 80%, quando se recomendam medidas mais restritas de circulação.
A capital alagoana, que concentra mais da metade dos leitos disponibilizados pelo governo estadual para o tratamento da Covid-19, se encontrava com 81% de ocupação neste sábado. Um dos principais hospitais do estado, o Hospital da Mulher, atingiu 100% de ocupação, segundo anunciou o Governo Estadual durante o fim de semana.
Nos números de casos e óbitos, Alagoas viu uma semana similar às últimas, com poucas e tímidas mudanças nos indicadores gerais, mas com grandes desigualdades sendo observadas entre as regiões sanitárias. Foram 4.359 casos e 111 óbitos na 20ª Semana Epidemiológica, reduções de 9% e 3% respectivamente.
Na 1ª Região de Saúde, que abrange municípios da Região Metropolitana de Maceió, a incidência de casos dobrou na última semana, com 842 casos confirmados. Em cinco diferentes localidades, o número de óbitos aumentou.
Vacinação
A vacinação em Alagoas segue a tendência de aumento, contudo o ritmo ainda está abaixo do necessário para que a população adulta alagoana seja imunizada até o fim deste ano. Durante a 20ª semana epidemiológica foram aplicadas 82.865 doses, o que corresponde a um aumento de 7% em comparação ao observado na semana anterior.
Esses números abrangem 28% e 12% da população adulta alagoana, respectivamente. Na avaliação dos pesquisadores, os números da pandemia seguiram indicando que ainda não há um controle da transmissão no estado. A adoção de medidas de isolamento social é imprescindível para evitar um colapso em um sistema de saúde que já se encontra fragilizado, como os dados de ocupação de UTIs apontam.
com assessoria
Folha de Alagoas