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Especial
23/05/2021 00:00:00

Dia Mundial da Biodiversidade: 5 motivos para acreditar na produção de alimentos


Dia Mundial da Biodiversidade: 5 motivos para acreditar na produção de alimentos

Em 1992, no texto final da Convenção da Diversidade Biológica, intitulado “Nairobi Final Act of the Conference for the Adoption of the Agreed Text of the Convention on Biological Diversity”, estava escrito que o “Dia Internacional da Biodiversidade” seria lembrado em todo 22 de maio. No Brasil, um país continental e diverso, os biomas são retratos da riqueza que cada vez mais movimentará a bioeconomia global. Essa riqueza é uma vantagem que passa pela função das propriedades rurais em produzir alimentos para a população local e mundial.

Um artigo escrito pelos pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Elisio Contini e Adalberto Aragão, aponta que a agropecuária brasileira alimenta cerca de 800 milhões de pessoas no mundo. E que até 2030 serão 1 bilhão de pessoas. Os dados foram elaborados a partir da definição do que é alimento, segundo o Food Price Index, do Banco Mundial.

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Na Declaração da Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o Meio Ambiente, onde estão os 19 princípios do que é chamado Manifesto Ambiental, está escrito que “o homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá sustento material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral, social e espiritualmente”. Entidades e produtores rurais têm batido na tecla, insistentemente, de que quem planta e cria dentro de preceitos legais são os maiores interessados em proteger o ambiente e a biodiversidade, justamente porque seus negócios dependem dos serviços da natureza.

Saiba quais são os cinco argumentos mais utilizados pelos produtores:

1 – Proteção da biodiversidade começa nas fazendas

Dentro das propriedade rurais brasileiras estão 176 milhões de hectares preservados

Dados da Embrapa Territorial mostram que, em um universo de 4 milhões de propriedades rurais no Brasil, há um total de 176,8 milhões de hectares de áreas preservadas com vegetação nativa dentro desses estabelecimentos. Essa área equivale a 20,5% do território brasileiro. São áreas que vão de 25% a 80% das propriedades rurais, contando as reservas legais e as APPs (áreas de preservação permanente).

No primeiro caso, a área precisa estar coberta por vegetação natural, podendo ser explorada com o manejo florestal sustentável. As APPs são áreas cobertas ou não por vegetação nativa, em geral cursos d’água, para dar estabilidade geológica e manter a biodiversidade,

2- Plantio Direto coloca o Brasil na vanguarda

Brasil tem mais de 30 milhões de hectares em Plantio Direto, sistema que preserva a estrutura do solo

O Plantio Direto, técnica que começou a ser desenvolvida nos anos 1970, no mundo, é utilizado em quase 34 milhões de hectares no Brasil, segundo a Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto. Nesse sistema há um mínimo ou nenhum revolvimento do solo, é necessária a permanência de uma cobertura morta sobre o solo (a palhada) e também realizar a rotação de culturas.

Já na Conferência Eco-92 ou Rio-92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992, o Plantio Direto era considerado a mais importante ação ambiental brasileira que atendia os preceitos recomendados pela Agenda 21, documento assinado por 179 na ocasião. Hoje, o Brasil é um dos países que mais utilizam o Plantio Direto no mundo.

3 – Sistema integrado é o caminho da produção

Sistemas que integram lavoura, pecuária e floresta ajudam a equilibrar a biodiversidade das fazendas

Os sistemas integrados de produção agropecuária, termo científico para técnicas como ILP (integração lavoura-pecuária) e ILPF (integração lavoura-pecuária-floresta) vêm sendo desenvolvidos desde os anos 1980 pela Embrapa.

Atualmente, a estimativa é que em 2021 o sistema, com algum grau de aplicação, esteja em 17 milhões de hectares. Para 2030, a previsão é chegar a 30 milhões de hectares em sistemas integrados. Estudos da Embrapa mostram uma maior diversidade de espécies, como insetos por exemplo, nesses sistemas produtivos contribuindo com a biodiversidade dessas áreas, além do sequestro de gases de efeito estufa. A instituição desenvolveu metodologia para medir o balanço de carbono e já colocou no mercado as regras para a produção de Carne Carbono Neutro. As próximas metodologias devem ser para leite e soja, mas a meta é chegar à certificação de propriedade carbono neutro.

4 – Um novo potencial mercado para os biomas

Estudo da Embrapa e Fiocruz aponta 26 produtos dos biomas com potencial de mercado

O Programa Bioeconomia Brasil, iniciativa que reúne o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) já identificou 26 produtos nos biomas Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica e Cerrado com potencial de mercado, como plantas medicinais, aromáticas, condimentares e alimentícias.

Esses produtos podem ser processados e comercializados como azeites, chás, colírios, repelentes e hidratantes. O mapeamento apresentado em março deste ano começou em 2105 e envolveu agricultores familiares, extrativistas, representantes da indústria, do comércio e de instituições públicas, com metodologia desenvolvida pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão).

5 – Ciência preservada para o futuro

Embrapa possui banco genético de olho na preservação da biodiversidade

A biodiversidade é a matéria-prima da biotecnologia. A Embrapa mantém instrumentos para resguardar os recursos genéticos visando preservar a biodiversidade. Como Portal Alelo, com dados e informações de germoplasma das vertentes animal, vegetal e de microrganismos.

A instituição também mantém parcerias com plataformas globais, que servem para unificar bancos de dados da biodiversidade em todo o mundo. Entre elas está a Wiews (World Information and Early Warning System for PGRFA), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Forbes



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