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Esportes
22/05/2021 22:00:00

Como os protestos de rua tiraram a Copa América da Colômbia

Conmebol informa que reorganizará as partidas que seriam disputadas em território colombiano. Argentina ainda se destaca como organizadora


Como os protestos de rua tiraram a Copa América da Colômbia

explosão social na Colômbia acabou lhe tirando a sede da Copa América. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) rejeitou quase que imediatamente nesta quinta-feira o pedido de última hora do Governo de Iván Duque, que solicitava o adiamento do torneio ao final de um dia em que vários meios de comunicação anunciaram, sem confirmação oficial, que a decisão de ser disputada apenas na Argentina, o coanfitrião, era iminente.

“Por motivos relacionados ao calendário internacional de competições e à logística do torneio, é impossível transferir a Copa América 2021 para o mês de novembro”, disse a Conmebol em breve comunicado publicado em seu site. Depois de agradecer o “entusiasmo e determinação” do presidente Duque, a instituição lembrou que relatará nos próximos dias o “remanejamento” das partidas que seriam disputadas na Colômbia, sem confirmar se a Argentina assumirá todos os remanejamentos.

“O Governo da Colômbia solicitará formalmente à Confederação Sul-americana de Futebol, por meio da Federação Colombiana de Futebol, o adiamento da Copa América”, declarou o ministro do Esporte, Ernesto Lucena, pouco antes em Bogotá, sem se referir às mobilizações sociais. “Acreditamos que o mais importante em um evento dessa magnitude é a capacidade do público”, acrescentou, se escondendo atrás da devastação do coronavírus. A impossibilidade de torcedores nos estádios “faz com que a Copa não seja um evento com que todos sonhamos”, argumentou após um encontro com outros membros do Gabinete na Casa de Nariño, a sede do Governo. A resposta foi imediata, e com ela a Conmebol pôs fim ao desejo improvável do Executivo de Duque, cercado há três semanas pelos protestos.

Apesar da crise, o Governo insistiu na necessidade de o país andino sediar no próximo mês o torneio de seleções mais antigo do mundo, o que considerou um fator unificador em meio à ansiedade. Quando a organização do torneio foi questionada, Duque defendeu que o evento fazia parte do difícil processo de reativação econômica após a investida do coronavírus. “Seria um absurdo que a Copa América não fosse disputada aqui, quando se vai disputar a Eurocopa”, afirmou o presidente quando os protestos mal completavam a primeira semana, mas a situação piorou desde então.

Embora o presidente argentino, Alberto Fernández, tenha se mostrado um pouco menos entusiasmado com a organização do torneio em meio à pandemia, na terça-feira ele deu a entender que seu país poderia ser o único local. “Se cumprirem todos os protocolos, estamos dispostos a ver a possibilidade de organizá-lo sozinhos”, disse à Rádio 10. A Argentina, porém, também não tem uma vida fácil. Nesta mesma quinta-feira, ele anunciou um confinamento de nove dias para evitar o colapso dos hospitais, e o prefeito de Buenos Aires se opôs à possibilidade de se disputar partidas nos estádios da capital.

El País

 


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