A atriz resolveu contar o que passou para alertar seus seguidores também. "É difícil ter que vir aqui explicar uma questão tão pessoal, até porque acho que ninguém deve explicações sobre a própria aparência, saúde ou processos de vida, mas como sei que alcanço muitas pessoas com esses vídeos, falar sobre algumas questões faz parte do meu papel também e é importante", escreveu Cleo.
Mas o que é a Síndrome de Hashimoto? A médica Rosalia Padovani, diretora da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo) explica que é uma doença autoimune e que pode ou não causar o hipotiroidismo, como no caso de Cleo Pires.
"Nossas células de defesa começam a produzir anticorpos contra a tireoide e pode evoluir ou para o hipotiroidismo, que é quando a glândula para ou diminui a produção de hormônios no corpo", ensina a médica.
Vale lembrar que a tireoide é uma glândula e comanda o organismo como um todo. Os hormônios produzidos por ela agem em todos os órgãos e são responsáveis por manter o organismo funcionando corretamente.
Sintomas
Quando a síndrome evolui para o hipotiroidismo, os sintomas são cansaço, fadiga, sonolência, intestino preso, aumento do fluxo menstrual, mais intolerância ao frio, inchaço e dificuldade para perda de peso.
Padovani afirma que não é retratado comumente o ganho de peso. "Existe uma dificuldade em perder peso, mas quando os pacientes apresentam aumento do peso, normalmente está relacionado com o inchaço", conta a endocrinologista.
Como é feito o diagnóstico?
Para descobrir se a pessoa tem a Síndrome de Hashimoto é necessário fazer exames de sangue e de ultrassonografia da tireoide. Os exames vão verificar se a glândula tem alguma alteração e se o corpo tem os anticorpos tireoidianos.
"Se o paciente apresentar as alterações, são verificadas as taxas de hormônio T4 e TSH para ver se a pessoa desenvolveu o hipotiroidismo. No caso o tratamento é feito com doses dos hormônios tiroidianos e a dosagem é passada pelo médico e é individual", observa a diretora da SBEM-SP.
O uso dos hormônios é para o resto da vida. Por isso, Cleo explicou que ainda está em fase de adaptação do tratamento.
"Conviver com Hashimoto é uma batalha diária e uma adaptação. Não é "meu Deus, coitadinha de mim", tem coisas muito piores e eu sei disso. Mas comecei a olhar minha saúde de um jeito diferente", relata a atriz.
Cuidados além do uso de hormônios
No vídeo, Cleo Pires ainda expos aos fãs o problema que tem de compulsão, uma das coisas que ela também teve de mudar para melhorar.
"Tenho compulsão e nunca tinha tratado. Quando tenho não é para comer saladas, era por coisas que tinham glúten, lactose, açúcar e esses alimentos. Depois comecei um tratamento bem severo e difícil, que tive de cortar todos esses alimentos inflamatórios. Além de tratar a compulsão", disse ela.
A endocrinologista explica que muitos médicos têm uma linha também ligada a alimentação para ajudar no tratamento, mas não existem comprovações científicas dos efeitos.
"Tem alguns especialistas que indicam o uso de probióticos, selênio para conter a evolução da doença. Além de pedir para os pacientes evitarem alguns alimentos para diminuir os processos inflamatórios do organismo. Mas isso ainda é questionado, porque não tem estudos que comprovam a eficácia das medidas", ressalta Padovani.
E explica: "Como é uma doença autoimune, então, talvez usando probióticos e usando produtos que você consiga ter um controle maior da imunidade, uma diminuição da resposta imunológica, você consegue controlar uma doença que tem a etimologia de autoimune."
Como o tratamento é para a vida toda, Cleo Pires já avisou que reconhece que o autocuidado será cada vez mais importante em sua vida.
"Aos poucos consegui voltar ao equilíbrio, diminuíram as dores e comecei a entender o que é ter uma doença autoimune. Eu terei altos e baixos. O autocuidado é como escovar os dentes. Ninguém vai fazer por você", garante Cleo.
E a atriz finaliza. "Tente arranjar alguma coisa que vai te dar apoio. Estou bem e me adaptando para que essa condição não me atrapalhe."
R7