Além do Genoma USP, a pesquisa foi realizada por pesquisadores do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O artigo em preprint (versão prévia, ainda sem revisão externa), intitulado Monozygotic twins discordant for severe clinical recurrence of COVID-19 show drastically distinct T cell responses to SARS-Cov-2, foi publicado em março, na plataforma medRxiv.
O estudo detalha, pela primeira vez, um caso de reinfecção em um grupo com a variabilidade controlada (pela genética e pelo contexto social), destaca a importância da resposta imunológica para a defesa contra o vírus e evidencia que gêmeos idênticos, apesar das semelhanças genotípicas, podem apresentar respostas completamente diferentes à covid-19. “Esses dados contribuem como luzes nesse caminho tão intrincado e obscuro que é a compreensão da covid-19”, diz Mateus Vidigal ao Jornal da USP.
“Nós esperávamos que essas pessoas tivessem sintomas similares e até o mesmo desfecho, com uma evolução e progressão semelhantes da doença. Diferente disso, também não encontramos, a princípio, na genética, uma resposta para esses diferentes comportamentos imunes”, destaca o biólogo.