Quem é que não perde o sono quando os boletos começam a se acumular e falta dinheiro para chegar ao fim do mês? Quem não sofre quando perde o emprego e precisa começar a escolher que conta será paga e qual ficará para o próximo mês? Os efeitos da crise financeira sobre as pessoas foram captados por pesquisa realizada pela Serasa em parceria com a Opinion Box.
De acordo com o levantamento, 66% dos entrevistados tiveram pensamentos negativos após analisarem sua situação financeira.
“Não estamos em condições normais de temperatura e pressão. Em condições normais, a forma de reagir à crise poderia ser diferente. O que se espera é que depois de uma crise venha uma recuperação. Só que a crise da pandemia está se alongando e as pessoas não têm um sinal de que a recuperação está a caminho”, diz Jessica Vicente, especialista em comportamento do consumidor da Serasa.
Segundo ela, há uma relação direta entre vida financeira e sentimento de felicidade. “Pensar na vida financeira das pessoas é atributo importante e relacionado com o emocional, com o comportamental familiar. É impossível desconectar uma coisa da outra. O equilíbrio financeiro proporciona lazer, alimentos, saúde.”
Por que essa falta de esperança? “O brasileiro, mesmo os que não tem educação financeira já perceberam que essa é uma crise sem precedentes, que a vacinação está devagar e que a recuperação depende disso. Tudo isso abala o emocional e a esperança”, afirma Jessica.
Veja outros achados da pesquisa:
Situação | Não aconteceu nenhuma vez | Aconteceu com pouca frequência | Aconteceu com muita frequência |
---|---|---|---|
Estou sempre indisposto ou cansado | 24% | 48% | 28% |
Tive insônia por estar muito preocupado | 27% | 41% | 32% |
Estou com problemas de concentração para as tarefas diárias | 31% | 43% | 26% |
Tive pensamentos negativos ao avaliar minha situação financeira | 34% | 41% | 25% |
Perdi o controle das emoções e descontei em outra pessoa | 39% | 43% | 18% |
A pesquisa mostrou ainda que a pandemia causou descontrole financeiro para 39% dos entrevistados. “Não foram todos que foram afetados de forma igual. Se olharmos os números, alguns responderam que atravessaram a pandemia de forma tranquila. Os mais afetados foram as mulheres e as pessoas em situação de vulnerabilidade”, afirma Jessica.
De acordo com o levantamento, enquanto 42% das pessoas das classes C, D, E responderam que tiveram queda de renda, entre as classes A e B o percentual foi de 21%.
Os gastos aumentaram de forma mais ou menos igual para os dois grupos: A e B (48%) e C, D,E (50%). Sem crédito na praça, 52% da classe C, D, E pegaram empréstimo com familiares e amigos, percentual que foi de 30% nas classes A e B.
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