Há pouco mais de um ano a pandemia de covid-19 transformou completamente a maneira como as interações sociais acontecem. Os adolescentes, apesar de serem os menos afetados pela doença, foram um dos grupos que mais sentiram o impacto do isolamento social. Eles estão longe da escola, amigos e professores.
As aulas do primeiro ano do Ensino Médio de John Santos, 16 anos, começaram em 2020. Ele estuda na Escola Santa Mônica, em Pelotas, no Rio Grande do Sul (RS). Sua experiência no modelo presencial foi de apenas um mês. Pouco tempo depois a cidade foi submetida à quarentena. Desde então, o ensino se mantém online, sem previsão de retorno.
Esse é o mesmo caso da jovem Marina Barreto, 15 anos, que estuda no Colégio Salesiano Dom Bosco, em Salvador (BA). Ambos os estudantes estão separados por mais de 2.500 km de distância, mas se unem no sentimento de saudade das aulas presencias, sobretudo das relações com outros colegas.
Para a professora Marilene Proença, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), os adolescentes tiveram as interações sociais muito impactadas na pandemia. "Eles estão em uma fase da vida em que a presença dos grupos, dos amigos, das relações e dos encontros é fundamental", afirma. No Brasil, foram registradas 7,6 milhões de matriculas no Ensino Médio, segundo o Censo Escolar 2020. O dado possibilita ter uma dimensão da quantidade de jovens afetados pelo ensino a distância.