O PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2021 deve encolher e dificilmente o Brasil vai conseguir recuperar completamente as perdas de 2020 ao longo deste ano, segundo especialistas ouvidos pelo 6 Minutos.
No ano passado, a economia brasileira encolheu 4,1%, pior desempenho desde 1996. “O número mostra uma queda muito dramática se comparada com a recessão de 2015 e 2016. Os três últimos anos de crescimento – de 2017 a 2019 – mostravam resultados positivos, mas muito modestos, o que dificulta ainda mais a retomada econômica em 2021″, afirma Alessandra Ribeiro, economista-chefe da Tendências Consultoria.
A Tendências Consultoria projeta que a economia só vai chegar ao patamar pré-pandemia em meados de 2022. “Não vamos conseguir recuperar a perda em 2021”, afirma Ribeiro.
O que dificulta a recuperação? “Se juntarmos o quadro pandêmico pior do que se imaginava, o ritmo lento da vacinação, o impacto do final dos programas federais, como o auxílio emergencial, e novas incertezas que entraram no radar, temos um contexto pior do que se imaginava”, afirma Ribeiro, apontando que o primeiro trimestre do ano deve ser de contração da economia por causa do cenário apresentado.
“O vírus ganhou força e os embates políticos aumentaram. Isso tudo piora nossa situação e nos atrasa mais ainda na busca pela recuperação”, afirma o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti.
Qual a expectativa em números? Nesta segunda (1), o BC (Banco Central) manteve a previsão de crescimento da economia brasileira em 3,29%. A projeção oficial do Ministério da Economia é de 3,2%.
á a Tendências Consultoria tem uma projeção mais conservadora, de crescimento de 2,9%.
O que prevê o governo federal? A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia disse nesta quarta que as incertezas econômicas continuam elevadas e que o primeiro trimestre será desafiador para o Brasil.
O governo considera que uma política monetária estimulativa, a expansão da vacinação, a consolidação fiscal e a continuidade das reformas vão permitir o aumento da confiança e melhor desempenho da economia em 2021.
(Com Reuters)