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Especial
18/02/2021 18:00:00

Aprovados em concursos federais esperam convocação do governo há anos

Aprovados em concursos federais esperam convocação do governo há anos

Centenas de aprovados em concursos públicos federais esperam há anos serem chamados — agora, sob um governo federal comprometido com o enxugamento da máquina pública.

No ano passado, cerca de 45,9 mil pessoas entraram no serviço público federal. É o menor número em 12 meses desde 2007, durante o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, 37,8 mil pessoas iniciaram carreira no funcionalismo.

Os dados de 2020, em comparação aos de 2018, último ano da gestão de Michel Temer (MDB), quando 80 mil trabalhadores ingressaram na administração pública, mostram queda de 42,6%.

As informações foram levantadas pelo Metrópoles junto ao Painel Estatístico de Pessoal (PEP), atualizado mensalmente pelo Ministério da Economia.

O órgão tem pouco mais de 640 defensores, que viram a demanda aumentar — fato admitido pela própria DPU — em meio às negativas do auxílio emergencial, no ano passado.

Adriane Oliveira, 34 anos, é uma dessas pessoas que aguardam o chamado da DPU há quase três anos. Ela chegou a fazer o pedido diretamente ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas ficou sem resposta.

“Bolsonaro, o que você acha de levar a DPU pro interior do Brasil?”, questionou a mulher, em frente ao Palácio da Alvorada, em agosto do ano passado.

“Eu não vou responder pra você, tá ok? Não vou responder a uma pergunta complexa de forma tão rápida assim”, disse o presidente.

Ao Metrópoles, Adriane relatou que, desde então, a situação do concurso da DPU não mudou. Ela se mostra receosa com algumas reformas prometidas pelo governo.

“Ao contrário de outras instituições, que já estão com os quadros consolidados, a Defensoria Pública é um órgão autônomo jovem e, desse modo, a nomeação em decorrência de aposentadoria é algo raro”, pontuou.

Aprovados no cadastro reserva de um concurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), realizado em 2015, vivem situação semelhante. O caso foi parar na Justiça.

Metrópoles