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Geral
06/12/2020 06:00:00

Caixa faz reestruturação e servidores alegam descaso: “Não tem conversa”


Caixa faz reestruturação e servidores alegam descaso: “Não tem conversa”

ACaixa Econômica Federal apresentou, no início desta semana, um processo de reestruturação no banco que pegou os empregados de surpresa, uma vez que os servidores não teriam sido avisados com antecedência. Os bancários afirmam que estão sendo “descomissionados” (perda de cargos em comissão e funções) da noite para o dia, o que gerou um clima de apreensão na empresa.

A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) estima que mais de 170 imóveis não terão os aluguéis renovados ou serão vendidos. Com isso, empregados chegaram para trabalhar nesta semana e não sabiam para onde seriam transferidos, além estarem vivendo a incerteza de ter o salário reduzido.

Na prática, todo servidor ingressa na Caixa Econômica Federal com a função de técnico bancário. Com o tempo, esse trabalhador é promovido gradualmente e passa a receber, além do salário de técnico bancário, mais uma gratificação, que pode chegar, segundo o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, a quintuplicar o valor base.

Com a reestruturação, servidores têm sido convidados a se realocar em outros setores. Os empregados alegam, porém, que as áreas estão todas “bloqueadas”, restando apenas a função de técnico bancário. Isso faz com que trabalhadores que, por exemplo, dobravam a renda por causa da comissão tenham a remuneração reduzida.

As mudanças devem acontecer nas áreas das vice-presidências de Rede de Varejo (Vired), Tecnologia e Digital (Vitec) e Logística e Operações (Vilop). Gerências de Tecnologia (Gitec), de Logística (Gilog), de Segurança (Giseg) e de Alienação de Bens Móveis e Imóveis (Gilie) terão as filiais extintas e parte das atividades serão transferidas.

A reestruturação também atinge as gerências-executivas de Governo (Gigov) e de Habitação (Gihab), responsáveis pelo planejamento urbano dos municípios. Procurada, a Caixa confirmou o processo de reorganização das estruturas administrativas existentes, mas não disse quantos servidores serão atingidos pela medida.

“Além disso, com o objetivo de fortalecer a governança, economicidade e melhor gestão dos recursos públicos, o banco está trabalhando na devolução de prédios e implantação do trabalho em regime remoto, sempre com ações que respeitam os empregados e que objetivam o aumento da eficiência”, completou.

Servidores ouvidos pelo Metrópoles contestam a versão de que o banco tem respeitado os empregados. Ao estimar que milhares de bancários deverão ser prejudicados (hoje a instituição tem cerca de 84 mil funcionários), Takemoto diz que a atual gestão tem sido “caracterizada pelo autoritarismo”. O banco é presidido por Pedro Guimarães.

“É uma coisa absurda. É como se a Caixa dissesse ao empregado: ‘Se vira para achar um lugar para trabalhar’. Esta gestão está sendo caracterizada pelo autoritarismo, pela falta de preocupação com o ser humano. Além do mais, as principais áreas atingidas são responsáveis pelo principal papel da Caixa, que é o social”, diz.

Metrópole



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