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Economia
26/05/2020 16:00:00

Investindo na poupança? Seu dinheiro não está rendendo absolutamente nada


Investindo na poupança? Seu dinheiro não está rendendo absolutamente nada

“Facilidade”, “comodidade” e “costume”, a caderneta de poupança é a aplicação favorita da população brasileira, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Mas será que no momento, esse é o melhor método de investimento? Tá valendo a pena?

Economatica, provedora de informações financeiras, aponta que o rendimento nominal do investimento foi de 2,67% nos 12 meses até setembro deste ano, mas, se descontada a inflação, o resultado acumulado é uma queda de 0,46%, isso significa, na prática, que o dinheiro parado na poupança perdeu valor.

Até o mês de agosto, a poupança ainda tinha ganho real de 0,45% no período de 12 meses, mas a alta da inflação em setembro fez com que ela perdesse valor e sentido para os brasileiros.

De acordo com a inflação oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve uma alta de 0,64% em setembro, chegando a 3,14% em 12 meses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado de setembro foi o maior para o mês desde 2003 no Brasil e o pior no acumulado de 12 meses desde agosto de 2016.

O economista Alessandro Azzoni explica que com o cenário atual, a poupança não está rendendo: “Toda vez que você for buscar um investimento é importante que ele esteja acima da inflação”.

Em uma comparação simplista, Azonni ressalta que atualmente o dinheiro que está empregado na poupança se assemelha ao dinheiro que é deixado em casa: “Esse montante está parado, você deixa de ganhar uma rentabilidade se não tiver aplicando”.

Por sua vez, Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos, corretora de valores pertencente ao grupo XP, afirma que o investidor deve sair da zona da caderneta de poupança: “Têm muita coisa melhor por aí”.

Zogbi defende ainda que o aplicador precisa ter cautela. “A gente está vendo crescer bastante a base, principalmente na Bolsa de Valores brasileira, chegamos a 3 milhões de investidores ativos. Porém, o importante é a pessoa saber o que ela está fazendo e persistir, afinal as ações são feitas de altos e baixos”, diz a analista.

Investidor conservador

O investidor soteropolitano Marcos José de Oliveira, de 53 anos, conta que desde o início de sua trajetória, no setor, sempre seguiu uma vertente mais conservadora. “Meu pensamento foi muito voltado para a poupança, por conta da rentabilidade, segurança e garantida, era lá que estava boa parte do meu capital de giro. Mas como acompanho diariamente o mercado vi a situação da Selic e percebi que não valia mais a pena”, explica.

Ainda bem relutante em deixar a caderneta de poupança, Marcos José explica que decidiu pesquisar mais sobre o assunto e mudar de tática: “Conversei com uns amigos e comecei a investir em CDB” – sigla para Certificado de Depósito Bancário, um produto bancário, geralmente vendido aos clientes de bancos como uma forma de investimento.

Ele aplicou nessa caderneta em abril e explica que de lá para cá muita coisa mudou. “Eu ainda uso a poupança, mas agora, só um pouco do meu dinheiro está lá. Hoje tenho uma rentabilidade muito boa com essa mudança”, ressalta o investidor.

Ele ainda afirma que pretende diversificar seu capital aplicado: “Ultimamente estou pensando bastante em Fundos Imobiliários e no Brazilian Depositary Receipts (BDRs)” – esse último é um tipo de investimento capital em companhias de outros países diretamente no mercado local. Diferentemente do investimento direto em ações, os certificados podem ser mais bem comparados aos fundos que contam com ativos internacionais em sua carteira.

O que os especialistas dizem de outros investimentos?

O economista Alessandro Azzoni explica que existem três níveis de investimentos, são eles, curto, médio e longo prazo.

“Um ponto importante na escolha do investimento é a pessoa decidir o seu prazo”, diz o economista.

E para que essa questão tenha efeito, o especialista explica quais são os investimentos mais recomendados:

Curto: Tesouro Selic e o Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Médio e longo prazo: Crédito Imobiliária e/ou do Agronegócio (LCI e LCA, fundos multimercados e a carteira livre.

“Um ponto importante na escolha do investimento é a pessoa decidir o seu prazo”, diz o economista.

E para que essa questão tenha efeito, o especialista explica quais são os investimentos mais recomendados:

Curto: Tesouro Selic e o Certificado de Depósito Bancário (CDB).

Médio e longo prazo: Crédito Imobiliária e/ou do Agronegócio (LCI e LCA, fundos multimercados e a carteira livre.

Já Paula Zogbi classifica os níveis de investidores como: conservador e agressivo.

“O conservador é aquele que não sai da renda fixa. É quando o investidor sabe previamente qual será a rentabilidade do ativo, como CDBs e Tesouro Direto”, afirma.

“O investidor que tem uma pegada mais agressiva vai optar por compra de ouro, fundos cambiais e Bolsa de Valor”, ressalta.

Mas para ambos os especialistas, para investir em moedas é necessário saber o local em que está pisando, é uma linha mais agressiva, já que esse meio tende a oscilar bastante antes de trazer ganhos mais previsíveis.

“Moedas estrangeiras são perigosas, são variáveis, não dependem só da nossa analise, mas sim de fatores externos”, ressalta o economista Alessandro Azzoni.

Um futuro para o investidor

Zogbi considera que o país irá sair dessa pandemia ainda muito fragilizado: “Vai demorar um tempo para a retomada da economia, o Brasil está com muita dívida, muita gente acabou ficando desempregada. Creio que quando tudo isso acabar vamos ter uma taxa de desemprego. Outro ponto é a inflação, estamos sentindo isso, observamos os preços dos alimentos crescerem e os que estão custando mais são justamente aqueles que mais pesam nos bolsos dos brasileiros”.

Mas para o setor do investimento a situação muda. “Para o ramo, a visão é um pouco mais otimista, esperamos que volte a crescer, talvez a passos lentos, mais para frente”, analisa Zogbi.

Já para Azzoni, com uma visão mais otimista: “A vacina vai servir como um instrumento econômico, com ela as pessoas vão sentir cada vez mais segurança para abrirem o comércio e saírem às compras. Outro ponto: a população brasileira poupou mais dinheiro e perdeu aquele desejo insaciável de consumo, a necessidade de estar gastando. Creio que no futuro elas vão gastar mais quando estiverem mais seguras e a economia pode voltar bem forte”.

Metrópole

 


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