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Coronavirus
15/10/2020 08:00:00

O que você precisa saber sobre a covid-19 ‘silenciosa’

Pessoas assintomáticas podem ser uma parte importante da transmissão comunitária do coronavírus, segundo os pesquisadores.


O que você precisa saber sobre a covid-19 ‘silenciosa’

Uma em cada cinco pessoas pode estar andando por aí com covid-19 “silenciosa”, segundo um estudo publicado na revista Thorax. Os pesquisadores sugerem que essas pessoas podem ser um fator importante na disseminação do coronavírus.

Sung-Han Kim, autor principal do estudo, do Departamento de Doenças Infecciosas do Asan Medical Center em Seul, Coreia do Sul, disse que a pesquisa é mais um dado que indica a importância do uso de máscaras.

Ele também afirmou que indivíduos assintomáticos em ambientes de alto risco, como lares de idosos ou hospitais, devem ser testados. 

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, recentemente mudou sua opinião e agora ressalta a necessidade de testar pessoas assintomáticas e pré-sintomáticas, incluindo quem teve contato próximo com alguém que teve diagnóstico positivo para o coronavírus.

O que diz esse novo estudo?

O novo estudo aponta que as pessoas assintomáticas parecem ter cargas virais semelhantes àquelas com sintomas, um resultado igual ao de pesquisas anteriores. A carga viral é a quantidade total de vírus que uma pessoa tem em seu organismo. Em teoria, quanto maior a carga viral, mais infecciosa é a pessoa.

Os pesquisadores analisaram um grande surto de covid-19 na cidade de Daegu, Coreia do Sul, no início da pandemia. Os contatos foram rastreados, e mais de 3.000 casos de covid-19 foram descobertos, variando de pessoas sem nenhum sintoma a casos graves da doença.

Aqueles com sintomas leves ou nenhum sintoma foram colocados em instalações especiais, isolados e monitorados. Os 213 participantes do estudo foram internados em uma dessas instalações. 

As pessoas era classificadas como assintomáticas se não apresentassem nenhum dos seguintes sintomas: febre; calafrios; dor muscular (mialgia); fadiga; nariz escorrendo; nariz entupido; perda de olfato ou paladar; dor de garganta; dificuldades para engolir; tosse; produção de catarro; sangue na tosse; dor de cabeça; tontura; perda de apetite; náusea; vômito, dor abdominal; e diarreia.

 Dos 213 pacientes com o vírus, 41 (19%) permaneceram assintomáticos. Destes, 39 (95%) foram submetidos a testes de acompanhamento após uma média de 13 dias. Dos 172 pacientes com sintomas leves, 144 (84%) foram submetidos a testes de acompanhamento.

O teste de acompanhamento é importante porque mostra que os infectados não desenvolveram sintomas, o que significaria que eles eram pré-sintomáticos.

Nos testes de acompanhamento, uma grande proporção de pacientes com sintomas leves ou assintomáticos mostrou resultados positivos persistentes de RT-PCR no trato respiratório superior. Indivíduos assintomáticos e sintomáticos também tinham cargas virais muito semelhantes.

Os pesquisadores afirmam que serão necessários mais estudos para esclarecer se a persistência do DNA viral em pessoas sem quaisquer sintomas justifica medidas de quarentena de precaução. Eles acrescentaram que a maioria dos participantes tinha entre 20 e 30 anos e portanto as conclusões podem não se aplicar a outras faixas etárias.

Mas eles observam: “Considerando que a maioria dos indivíduos assintomáticos passam despercebidos pelos profissionais de saúde e continuam a interagir em suas comunidades, eles podem ser uma força motriz essencial da disseminação da covid-19 e do estado de pandemia atual.”

O que isso significa, afinal?

Até que se saiba por quanto tempo e até que ponto as pessoas assintomáticas podem ser contagiosas, os testes devem ser estendidos a certos grupos como medida de precaução, recomendam os pesquisadores. 

Embora não saibamos exatamente qual a porcentagem da população tende a ser assintomáticas, sabemos que o número pode variar de 20% a 50%.

Jenna Macciochi, imunologista e autora de Immunity: The Science of Staying Well (imunidade: a ciência de estar bem, em tradução livre), disse em entrevista prévia ao HuffPost UK que os assintomáticos são “um dos maiores desafios” no que diz respeito à flexibilização do isolamento. 

Um estudo italiano publicado no final de junho indicou que, entre os moradores com teste positivo no vilarejo de Vo’, perto de Pádua, 42% eram assintomáticos. Outro estudo com 9.000 pessoas selecionadas para fazer um teste de coronavírus na Islândia revelou que 50% delas apresentaram resultado positivo, mas não tiveram nenhum sintoma.

Mais recentemente, uma revisão de 94 estudos concluiu que a proporção de pessoas que contraem o coronavírus e permanecem assintomáticas durante a infecção fica em torno de 20%. 

A taxa de ataque secundário ? ou seja, a taxa de infecção entre contatos próximos ? foi menor quando o contato se deu com pessoas assintomáticas.

Houve mais infecções resultantes de indivíduos pré-sintomáticos do que de indivíduos assintomáticos, concluiu o estudo.

https://www.huffpostbrasil.com/ 



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