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Greve
19/08/2020 09:00:00

Trabalhadores dos Correios em AL entram em greve por tempo indeterminado

Categoria cobra reajuste salarial, bem como repudia privatização da empresa pública

Trabalhadores dos Correios em AL entram em greve por tempo indeterminado

Trabalhadores dos Correios iniciam uma greve por tempo indeterminado, a partir desta terça-feira (18), após decidido em assembleia realizada nessa segunda (17). A categoria informa que perdeu quase todas as conquistas asseguradas nos últimos trinta anos e denuncia o que chama de caos administrativo provocado pela atual superintendência da estatal em Alagoas, cujo objetivo final seria a privatização. 

Conforme nota divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos em Alagoas (Sintect/AL), os funcionários em greve pretendem se reunir, primordialmente, nesta terça-feira, no atual Centro de Logística de Maceió, que fica no Distrito Industrial, e em frente à agência central de Arapiraca, Agreste do estado. 

 

A entidade também planejou espalhar representantes dos trabalhadores em diversas agências do interior do Estado e prometem paralisar os serviços nestes locais.

De acordo com a direção do Sintect/AL, a mobilização só terá fim quando a direção dos Correios negociar melhorias e retomar algumas garantias que foram retiradas dos funcionários. 

"Estamos dispostos a cruzar os braços até que a ECT [Empresa de Correios e Telégrafos] volte atrás e respeite a luta e o sacrifício que os trabalhadores fizeram para ter algumas garantias que, agora, estão sendo extirpadas de forma violenta pela administração nacional", informa a nota. 

A classe denuncia o que denomina como descaso com os assuntos da empresa, praticado, supostamente, pela atual superintendência em Alagoas. "Além da falta de apreço com o trabalhador, nenhum esforço de gestão é dado para assegurar melhores condições de trabalho. São elementos que têm gerado muita insatisfação e levado companheiros, que nunca fizeram greve, a aderir ao movimento paredista deste ano por entender ser uma tragédia à atual administração postal no estado (sic)", ressalta a nota.

De acordo com o sindicato, a direção da ECT tem dois objetivos claros: a diminuição de salários e outras conquistas econômicas da categoria, e a demissão de milhares de trabalhadores, garantindo a privatização. 

"Essa turma não está preocupada com nosso bem-estar, se empenha em nos demitir objetivando aumentar a lucratividade ao sacrificar a categoria num mar de lama sem precedentes na história recente dos Correios", avalia o Sintect/AL.

Por meio de nota, a assessoria de comunicação dos Correios informou que os serviços da empresa estão sendo postados normalmente, apesar da paralisação anunciada pela categoria. Destacou, ainda, que algumas medidas foram tomadas, na pandemia, no sentido de cuidar da saúde financeira da ECT.

Confirma a nota, na íntegra:

Os serviços dos Correios estão sendo prestados normalmente, em todo o Brasil. Ressalta-se que a empresa possui Plano de Continuidade de Negócios, para continuar atendendo à população em qualquer situação adversa.

No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, os Correios têm conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.

Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da saúde financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.

A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período - dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.

Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.

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