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Brasil
30/05/2019 14:00:00

Transformação Digital: O futuro já chegou ao setor público

Podem participar do Sisu, os estudantes que fizeram prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018 e obtiveram nota na redação acima de zero


Transformação Digital: O futuro já chegou ao setor público
Ilustração

O desenvolvimento tecnológico impactou a forma como a sociedade se comunica, trabalha e estuda. E como não poderia ser diferente, toda essa transformação digital tem aumentado a pressão para que o Estado também se reinvente, supere a burocracia desnecessária e responda de maneira mais efetiva à demanda da sociedade por serviços melhores e políticas públicas inovadoras. E é justamente por isso que comemoramos a iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações em abrir uma Consulta Pública no intuito de criar um marco legal para startups.

Ao criar ferramentas que visam à desburocratização desse ambiente de negócios, o País dá um passo importante para reduzir o abismo que existe entre a população e os serviços prestados pelo Estado e, assim, acelera a saída do atraso que o serviço público vive hoje.

Há alguns anos o fenômeno GovTech, uso da tecnologia na criação de soluções para governos e cidadãos, vem ganhando corpo e todas essas discussões e mudanças só contribuem para o desenvolvimento e fortalecimento do próprio setor público.

Um ambiente de negócios que propicie a proliferação de parcerias entre o setor público e privado para gerar soluções que melhoram a performance de governos promove, direta ou indiretamente, maior qualidade de vida para os cidadãos.

De acordo com o levantamento do Estratégia Brasileira de Transformação Digital 2018 (E-Digital), implementar soluções inovadoras a partir de uma estratégia digital eficiente pode aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) anual em 5,7% e economizar os custos de atendimento e serviços públicos em 97%.

Em um país onde o emprego público absorve boa parte da mão-de-obra, uma mudança de cultura como essa poderia impulsionar nossa produtividade de forma impensável. Há 50 anos os governos funcionam da mesma forma e, apesar de nascerem novas tecnologias a todo o momento, por que o impacto no poder público ainda é baixo?

Para essa pergunta levanto duas hipóteses. Uma é que o governo atende todo um país, ainda muito desigual e com uma população com graves falhas na sua educação escolar. Pensando pelo lado da oferta do serviço público, é realmente difícil habituar toda uma nação nas condições citadas para uma realidade mais digital. Porém, essa questão permeia apenas um ponto da cadeia do serviço público, que é interação direta entre os serviços e usuários.

Muito pode ser feito dentro do próprio poder público, como processos de compra, contratação, concessão, gestão de pessoas e processos internos. Há uma infinidade de áreas a serem melhoradas. Precisamos de líderes capazes de conduzir mudanças no setor público que quebrem com o ciclo de proteção de grupos que se beneficiam na morosidade presente em muitos governos.

Um bom exemplo da importância dessa figura do líder público é a criação do Rio Mais Fácil Eventos, uma ferramenta que suporta todo o workflow necessário da avaliação de alvarás de eventos e estabelecimentos. Antes da sua criação, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro enfrentava um grande problema: a cidade mais turística do Brasil possuía também uma burocracia gigantesca para a realização de um evento. A autorização exigia dos organizadores o comparecimento em 8 órgãos públicos e a apresentação de até 79 documentos. Hoje o processo é 100% virtual e os 2 documentos necessários são anexados a um sistema totalmente integrado.

Para isso acontecer e se tornar uma política perene, a então coordenadora no Escritório de Gerenciamento de Projetos e Metas da Secretaria de Ordem Municipal no Rio de Janeiro, Magda Lisboa, precisou enfrentar a burocracia instalada no sistema público abraçando todo o processo de mudança em prol do bem comum.

Diante desse cenário fica claro a importância da capacitação e qualificação do gestor público e do papel que as organizações civis, como o CLP - Liderança Pública, vêm desempenhando para a formação de um novo perfil de liderança pública e promovendo a mudança que vemos hoje. BrazilLab, WeGov, Colab e Instituto Tellus são apenas algumas das entidades que trabalham para tirar os gestores da zona de conforto de um ambiente nada estimulante e repetitivo e colocá-los diante de uma perspectiva de aprendizado e troca, como o oferecido pelo Master em Liderança e Gestão Pública (MLG).

O escritor, estadista e ativista político Victor Hugo já afirmava que “saber exatamente qual a parte do futuro que pode ser introduzida no presente é o segredo de um bom governo”. Por isso devemos abraçar a oportunidade de tornar o sistema público mais eficiente e de engajar e instigar os mais profundos desejos de mudança de gestores transformadores e visionários e que querem deixar um legado que o novo cenário político brasileiro tem oferecido.

*Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do HuffPost Brasil e não representa ideias ou opiniões do veículo. Mundialmente, o HuffPost oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.



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