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30/03/2009 00:00:00

Especiais


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Conforme o promotor do Ministério Público Estadual, Marcos Mousinho,o julgamento dos acusados de invadirem a boate Arena – no dia 11 de setembro de 2004 – matarem um estudante e ferirem outras cinco pessoas deve ser breve, já que os dois acusados são réus confessos e não há mais a necessidade de ouvir testemunhas.

Josinei César da Silva e Ronaldo de Souza– que foram a júri popular – estão sendo julgados, na manhã desta segunda-feira, dia 30, no auditório da Seune, no bairro do Farol. O julgamento está sendo presidido pelo juiz Maurício Brêda. Mousinho, o promotor do caso, acredita que os acusados podem pegar mais 70 anos de prisão, quando somadas as penas de todos os crimes. Ao todo, são seis: um homicídio qualificado e cinco tentativas de assassinato.

“O julgamento deve ocorrer rápido, já que não há testemunhas de defesa e eles confessam participação no fato”. De acordo com a acusação, Josinei César da Silva e Ronaldo de Souza fazem parte de um grupo criminoso de cinco pessoas, que planejavam assaltar a Caixa Econômica Federal da Ponta Verde. No entanto, o assalto não chegou a acontecer justamente pela briga na boate.

Durante a confusão, o estudante Pedro Manoel Oliveira Simões de Melo, o Pedro Milita, foi assassinado. Os criminosos fugiram – em um veículo Monza – e por conta da confusão abortaram o plano de assaltar a agência bancária. Os assaltantes já tinham, inclusive, mapeado as atividades do gerente da Caixa Econômica Federal. Um dos acusados – Josinei César da Silva – é especialista em assaltos e foi condenado há 26 anos de prisão pela Justiça de Minas Gerais por diversos crimes de assalto à mão armada.

Além dos dois acusados que estão sendo julgados hoje, outros três se encontram foragidos: Rodrigo Menezes da Silva, Pherla Soares Pereira e Iraci Soares Pereira. Em depoimento, Josinei César da Silva confessa que o grupo planejava um assalto e que a briga na boate não estava nos planos. “Eu ainda tentei conter o pessoal para que não se envolvesse no crime, pois tínhamos um plano maior que era o assalto. Havia dinheiro investido no assalto”, disse Josinei César, em depoimento a Maurício Brêda.

O réu assume que a confusão na Arena foi um ato impensado e que nada se tinha contra as vítimas que foram feridas, ou contra o estudante que foi morto. Quando esteve em Alagoas – em 2004 – Josinei César era foragido da Justiça de Minas Gerais, ele havia fugido do sistema prisional de Governador Valadares. “Eu era condenado há 26 anos, mas nunca por envolvimento em homicídio”, alegou.

Josinei César alega que não efetuou nenhum disparo na boate, apesar de no dia estar armado com dois revólveres calibre 38. “As armas eram minha, mas para o assalto. Não fiz disparos. Eu fiquei na porta da boate para impedir que o segurança chamasse a polícia”, frisou. O acusado diz que toda a confusão se deu por conta do envolvimento de um dos membros da quadrilha – o “Cabelinho” – que foi morto durante um assalto, posteriormente, segundo o réu.

O crime

“O Cabelinho tinha me chamado para ir a esta festa. Eu não queria ir, pois estava focado no serviço (assalto) que iríamos fazer na Caixa Econômica Federal, mas mesmo assim fui. Entramos na boate e lá o Cabelinho levou um murro na boca de um homem. Ele disse que o Cabelinho mexeu com a mulher dele. Nós fomos tomar satisfação e o segurança nos empurrou para fora da boate”.

De acordo com Josinei César, Cabelinho teria dito ao segurança que este não “sabia com quem tava mexendo”. “Então, o segurança do local deu uns tapas na cara do Cabelinho. Foi então, que os caras nervosos resolveram voltar na boate com as armas que seriam utilizadas no assalto. Eu fiquei o tempo todo na porta da boate e só entrei para tirar o pessoal lá de dentro”, frisou. Josinei César disse que os disparos que matou o estudante foram efetuados por Cabelinho.

As armas utilizadas pela quadrilha estavam em um fundo falso do Monza, carro utilizado por eles na estada em Maceió. “Estávamos esperando inclusive um outro grupo para participar do assalto”, disse. Josinei César foi ouvido por Maurício Brêda durante o julgamento. O outro acusado Ronaldo de Souza foi mantido em outra sala durante o depoimento do primeiro réu.

Ronaldo de Souza será ouvido logo em seguida. O objetivo é confrontar a versão dos dois sobre o acontecimento do dia 11 de setembro de 2004.

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