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Saúde
16/01/2019 07:07:00

Cancro do cólon na mira dos investigadores médicos de Graz


Cancro do cólon na mira dos investigadores médicos de Graz
Ilustração

Com uma pequena amostra de tecido humano, investigadores médicos coneguem estudar doenças complexas, como o cancro. Quanto mais amostras puderem ter, maiores serão as hipóteses de compreender a doença e chegar a novos tratamentos. Na Europa, os cientistas estão agora a construir uma nova infraestrutura de investigaçâo que dá acesso a dezenas de milhões de amostras biológicas humanas.

Se mora num país desenvolvido, é mais provável que venha a ter cancro do cólon. Todos os anos, mais de 1 milhão de pessoas contraem esta doença, que muitas vezes é difícil de diagnosticar e tratar. Biobancos em toda a Europa estão a coletar amostras de carcinoma no âmbito de um projeto de investigação europeu chamado ADOPT.

Karine Sargsyan é diretora do biobanco de Graz, na Áustria, onde existem mais de 60 mil amostras de cancro do cólon. Algumas são trabalhadas e preservadas à temperatura ambiente, outras são congeladas.

 

“Temos também amostras vivas aqui, tecido criopreservado que é armazenado em nitrogénio líquido a temperaturas muito baixas. Este tecido ainda está vivo e há algumas questões específicas da investigação a que só podemos responder com um pedaço vivo de tecido”, revela Karine Sargsyan.

Os tecidos doentes vêm de pacientes cirúrgicos que dão consentimento informado para doar essas células à ciência. As amostras são fixadas em formol, processadas em fatias finas e registradas no banco de dados.

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Os investigadores podem obter os dados e as amostras necessários através de uma infraestrutura conjunta, a BBMRI, que fornece acesso a cerca de 200 milhões de amostras em biobancos europeus.

Para Petr Holub, responsável pelo BBMRI-ERIC, “o importante a perceber é que as amostras biológicas em si não são suficientes para fazer a investigação - precisamos de informações sobre os pacientes, sobre os doadores em caso de cortes, sobre o tratamento prescrito, sobre a possível exposição ao ambiental ou a outras coisas".

Um dispositivo automático digitaliza mil lâminas de vidro por dia com uma resolução extremamente alta. É uma matéria de estudo preciosa para os algoritmos da máquina que podem revolucionar o diagnóstico médico num futuro próximo.

“Atualmente existem formas totalmente novas de examinar materiais biológicos. Estas amostras são muito mais relevantes para os investigadores agora que podem ser digitalizadas com scanners de alta resolução. Isto torna-as cruciais no treino dos algoritmos, que podem reconhecer melhor que os humanos mudanças morfológicas”, afirma Kurt Zatloukal, chefe do Centro de Diagnóstico e Investigação do Instituto de Patologia da Universidade Médica de Graz.

Os biobancos podem abrir caminho para um diagnóstico mais rápido de cancro do cólon e de outras doenças complexas e para uma terapia mais personalizada para pacientes individuais.

De acordo com o diretor do Centro de Investigação da Universidade Médica de Graz, Christian Gülly, “o objetivo final é desenvolver novos algoritmos com uma taxa de precisão muito alta, capazes de produzir um diagnóstico melhor do que os métodos convencionais. E é exatamente aí que queremos ir - encontrar o tratamento ideal para os pacientes, o mais rápido possível”.

Euro News



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