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19/01/2018 08:04:00

Maduro diz que milícia com 1,6 milhão de membros pode defender país de EUA, Colômbia ou Brasil


Maduro diz que milícia com 1,6 milhão de membros pode defender país de EUA, Colômbia ou Brasil
Ilustração

O presidente daVenezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira que a milícia bolivariana já tem 1,6 milhão de membros, quase três vezes o total do início deste ano, e que sua principal missão é "defender" o território nacional do que seu governo tem descrito como possíveis agressões externas de Estados Unidos, Colômbia e Brasil .

Maduro disse na semana passada, sem fornecer provas, que seus oponentes liderados por Washington querem assassiná-lo e impor uma ditadura no país produtor de petróleo. Ele afirma ainda que a crise econômica, caracterizada por cinco anos de recessão e uma inflação que chegará neste ano a 1.000.000%, é consequência das sanções dos EUA.

— Dei uma ordem, um ano para chegar a 1 milhão de integrantes. Conseguiram em tempo recorde de oito meses — disse Maduro, em uma cerimônia no pátio da Academia Militar, diante de centenas de milicianos com fuzis nos ombros.

O presidente disse que a milícia tinha "quase 400 mil" integrantes em abril. Criada pelo falecido presidente Hugo Chávez em 2008, ela é composta de civis voluntários e complementa as Forças Armadas.

O presidente disse que o grupo agora é integrado por um total de 1,66 milhão de homens e mulheres em todo o país e deve cumprir três missões: se encarregar da inteligência e contrainteligência popular, proteger o território e ser defensiva.

— Armemos a milícia bolivariana até os dentes — disse ele, sem dar detalhes de quantos milicianos atualmente têm armas. — Pode ser que uma força imperialista invasora entre em algum lugar da pátria, mas o que os imperialistas podem saber é que eles não sairão daqui vivos. (Os milicianos) vão arrancar o coração do inimigo. A Venezuela se defenderá dos oligarcas, venham de Bogotá ou de Brasília.

Maduro tem subido a retórica contra os Estados Unidos e países vizinhos governados  pela direita à medida que se aproxima a data de 10 de janeiro, quando tomará posse para um novo mandato. Nem os Estados Unidos nem os 14 países do Grupo de Lima, do qual o  Brasil faz parte, reconheceram as eleições realizadas em maio deste ano, nas quais ele foi reeleito. Com isso, não devem reconhecer seu novo governo, o que aumentará seu isolamento na região.

No último fim de semana, o presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou que nem Maduro nem o dirigente cubano Miguel Díaz-Canel seriam convidados para a posse dele, em 1º de janeiro.

O próprio Itamaraty confirmou, no entanto, que a equipe de Bolsonaro havia autorizado previamente o convite a todos os países com os quais o Brasil tem relações diplomáticas, o que inclui Cuba e Venezuela. Com a mudança de posição, a diplomacia teve que "desconvidar" Caracas e Havana.

Em seu Twitter, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, anexou imagens de documentos formalizando o convite, um deles datado de 29 de novembro: “Aqui é possível ler as duas notas diplomáticas oficiais enviadas pelas autoridades brasileiras convidando o governo venezuelano e o presidente Nicolás Maduro a assistir a posse de Jair Bolsonaro", disse ele.

Arreaza ainda completou anexando uma resposta do governo da Venezuela datada de 12 de dezembro, afirmando que as autoridades do país não compareceriam à posse: "O presidente Nicolás Maduro jamais considerou assistir à posse de um governo como o de Jair Bolsonaro. Esta é a firme resposta oficial que enviamos a Ernesto Araújo (futuro chanceler brasileiro) através do Itamaraty no último dia 12 de dezembro", disse Arreaza em outro tuíte.

O Globo



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