No Brasil, a partir de 2015, o mês de setembro passou a ser dedicado a um assunto que muitos não gostam de discutir: o suicídio. Os números da Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovam que o problema tornou-se caso de saúde pública. Segundo a entidade, o número de óbitos autoprovocados é significativamente maior que aqueles causados por homicídio: 800 mil por ano, contra 470 mil.
Para reforçar o Setembro Amarelo, campanha nacional de prevenção ao suicídio, a Santa Casa de Maceió vem promovendo ações durante todo o ano para tratar do tema. Na última quinta (27/09), inclusive, instituição promoveu, por meio da Divisão de Ensino e Pesquisa (DEP), o Simpósio de Transtornos Mentais e Suicídio. O evento reuniu médicos, equipe multiprofissional e estudantes da instituição, além de estudantes e profissionais externos.
Para a coordenadora do Serviço de Psicologia da Santa Casa de Maceió, Thaysa Alencar, o trabalho precisa ser reforçado continuamente dentro e fora das instituições de saúde. “A cada 40 segundos, alguém no mundo interrompe a própria vida. As mulheres são as que mais tentam, mas os homens são os que mais têm êxito por utilizarem métodos mais letais. Dentro do hospital, uma das iniciativas mais eficazes da instituição é o alinhamento entre os profissionais para o atendimento especializado a esses pacientes. O simpósio também representa um passo importante para ajudar no combate ao problema”, disse Thaysa.
“Falar é a melhor solução” é o tema da campanha do Setembro Amarelo deste ano. De acordo com a coordenadora médica da Emergência 24h, a médica Anna Carolina Omena Vasconcellos Le Campion, é preciso falar mais sobre o assunto. “A questão da doença mental e, principalmente do suicídio, é um problema mundial. Cada um de nós conhece alguém que tem ou teve algum transtorno mental, algum sofrimento psíquico e que já tentou ou já pensou, alguma vez, em suicídio. Nós, como emergencistas, temos atendido cada vez mais pacientes com tentativa de suicídio. Este ano, o quantitativo de pessoas atendidas até agosto superou o número de casos de 2017 inteiro”, disse.
De acordo com a OMS, existem duas faixas de idade onde os casos de suicídio vem registrando maior incidência: pessoas de 15 a 35 anos e as que já passaram dos 75 anos. De acordo com a psicóloga Thaysa Alencar, hoje é possível enxergar pessoas fora desse padrão.
Simpósio – O Simpósio de Transtornos Mentais e Suicídio reuniu nomes como o psiquiatra Dieggo Jefferson Melo; o médico Flávio Teles Filho, preceptor da Residência de Clínica Médica da Santa Casa de Maceió; e a psicóloga Elizangela Falcão.
Entre os temas, “Intoxicações exógenas na emergência – manejo e complicações”, “Manejo da crise suicida e prevenção do suicídio” e “Protocolo de Prevenção do Suicídio”.