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Saúde
18/08/2018 11:30:00

Consumir pouco sal faz tão mal quanto exagerar na dose, revela estudo

Segundo os pesquisadores, quantidades menores do que o recomendado pela OMS podem contribuir para o risco de doenças cardiovasculares.


Consumir pouco sal faz tão mal quanto exagerar na dose, revela estudo
Ilustração

Enquanto o consumo exagerado de sal está associado às doenças cardiovasculares, a drástica diminuição de seu consumo também foi considerada perigosa para a saúde. Isso mesmo: consumir pouquíssimo sal faz tão mal quanto exagerar no nutriente.

O estudo foi publicado na renomada revista científica The Lancet e acompanhou 95 mil pessoas, com idades entre 35 e 70 ano, por cerca de oito anos. Pesquisadores analisaram dados de mais de 300 comunidades de 18 países ao redor do mundo para averiguar quaisquer associações às doenças cardiovasculares.

A Organização Mundial da Saúde recomenda um consumo de 5 gramas de sal por dia para adultos, o que daria aproximadamente uma colher de chá. Isso é o equivalente a 2 gramas de sódio por dia.

Segundo os pesquisadores, quantidades menores do que o recomendado pela OMS também podem contribuir para o risco de doenças do coração.

"Nosso estudo mostra que, usado com moderação, o sódio pode ter benefícios para a nossa saúde, mas é potencialmente perigoso caso seja consumido em grande ou em pouquíssima quantidade", afirmou o professor Andrew Mente, da McMaster University, no Canadá, ao The Independent. "Nosso corpo precisa de nutrientes essenciais como o sódio, mas a questão é a dosagem."

O estudo também comprovou que dietas ricas em sal são associadas à pressão alta e doenças do coração. No entanto, este risco era mais provável em comunidades que tinham o hábito de consumir mais de 12 gramas de sal por dia, como na China.

Os pesquisadores também constataram que problemas cardiovasculares tinham menor incidência em locais em que pessoas comiam mais potássio, encontrado em frutas, nozes e vegetais.

"Enquanto diminuir a ingestão de sódio reduz a pressão arterial, em níveis muito baixos, pode também ter outros efeitos, incluindo elevações adversas de certos hormônios associados a um aumento no risco de doenças cardiovasculares", afirmou o professor Mente.

Críticas

Apesar de o estudo virar notícia em todo o mundo, ele também causou desconfiança de outros cientistas.

"O que é controverso neste artigo é a sugestão de que pode ser prejudicial e, portanto, não valer a pena diminuir a ingestão de sal ao nível recomendada pela OMS", disse Tom Sanders, professor de nutrição da King's College, em Londres.

Nenhum país conseguiu atingir a quantidade de sal per capita estimada pela OMS, de 5 gramas de sal por dia. O Brasil tem uma média de 12 gramas por pessoa ao dia.

"Todas as evidências mostram que diminuir o consumo de sal é a melhor maneira de prevenir doenças cardiovasculares, mais mortais em todo o mundo", disse Graham Macgregor, professor da Queen Mary University. "Ao meu ver, estudos com pouca base científica não deveria ser considerado como parte de evidências científicas."



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