A Polícia Federal enviou – na sexta-feira passada – um relatório ao procurador da República, Antônio Fernando de Souza, contendo parte das conclusões das investigações da Operação Navalha.
O documento aponta o envolvimento de dois deputados alagoanos: Olavo Calheiros (PMDB), que ocupou o cargo de secretário de Infra-estrutura do Estado de Alagoas, em 1994; e do parlamentar Maurício Quintella Lessa (PR).
Este último é flagrado em conversas telefônicas com Zuleido Veras, proprietário da construtora Gautama e acusado de pagar propinas a políticos para liberação de recursos que favoreceriam sua empreiteira. A Operação Navalha resultou em mais de 40 prisões.
Entre os presos, está o ex-secretário de Infra-estrutura e presidente do PMDB em Alagoas, Adeílson Bezerra. O ex-secretário nega ter recebido propina ou favorecido a construtora de Zuleido Veras. Além dele, o ex-subsecretário da pasta, Denisson Tenório e o ex-diretor de obras, José Crispim, também foram presos para prestar esclarecimentos e em seguida liberados.
Na semana que vem, a Polícia Federal deve apresentar um novo relatório. Desta vez, o documento trará o nome do deputado Paulo Magalhães (Democratas). Caberá ao procurador decidir se os parlamentares devem ou não ser indicados.
Maurício Quintella e Paulo Magalhães já se pronunciaram sobre o esquema e negam envolvimento com o esquema de fraude de licitações. Quintella disse ainda que nunca fez emenda favorecendo a Gautama. Olavo Calheiros não comentou as denúncias.
Fonte - O Globo