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25/11/2008 00:00:00

Cultura

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A Academia Alagoana de Letras confirmou para o dia 15 de dezembro, às 19h, a abertura da Casa Memorial Jorge de Lima, na Praça Sinimbu. As obras de restauro do sobrado, construído em estilo eclético no início do século passado, estão praticamente prontas.

Na próxima semana começa a instalação do circuito museológico, assinado por Cármen Lúcia Dantas. Para ressuscitar a casa onde morou o poeta alagoano Jorge de Lima (1895 - 1953) foram gastos R$ 1,5 milhão. O dinheiro veio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) através da Lei Rouanet.

O trabalho de reconstituição das linhas originais do prédio estão sob a responsabilidade da arquiteta Gardênia Nascimento e da engenheira Fátima Melo. Juntas, elas ficaram atentas aos mínimos detalhes da obra para que nada seja alterado do projeto original.

A missão é deixar piso, telhado, paredes, janelas e colunas o mais próximo da época da construção. Para isso, a pesquisa continua sendo a ferramenta principal. Foram consultadas fotos antigas, filmes e conversas com moradores do bairro que acompanharam a degradação do prédio. A Casa Jorge de Lima serviu de cenário para o filme “Casamento é Negócio?”, de Guilherme Rogato, indicado como o primeiro filme do cinema alagoano.

Força da palavra

De acordo com a museóloga Cármen Lúcia, a força da palavra deixada por Jorge de Lima vai ocupar os espaços da casa. No térreo, o poema “Rio de São Francisco” - escrito em 1928 e que fala do percurso das águas da Cachoeira de Paulo Afonso até a foz, na cidade de Piaçabuçu - será ilustrado com fotografias de Celso Brandão, que revelam pessoas e lugares dessa viagem poética.

A família do poeta fez doação de documentos raros e mobília que irão ficar à disposição do público. Também foi adquirido um busto de Jorge de Lima assinado pelo escultor e pintor Bruno Giorgi. E, como não poderia deixar de ser, a casa terá espaços convidativos à leitura.

A vitrine sobre vida e obra de Jorge de Lima irá revelar ao público as fotos-montagens assinadas por ele. As cópias das criações visuais estão no Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa) e irão receber destaque na exposição permanente.

“São trabalhos belíssimos e quase desconhecidos. Sua obra poética é tão grande e famosa, que terminou por encobrir seus trabalhos como artista visual. As fotos-montagens criadas a partir de recortes de várias imagens que se transformam em composições surreais”, diz a museológa.

Depois de inaugurada a Casa Memorial, o segundo passo da Academia Alagoana de Letras é conseguir dinheiro para construção do prédio anexo, onde irá funcionar biblioteca especializada em literatura, salas de aula do curso de pós-graduação oferecido pela Academia, além de espaços para oficinas, palestras e seminários.

com tudonahora // roberto amorim