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Saúde
02/04/2018 12:56:00

Cigarros eletrônicos podem ser piores que nicotina, confirma estudo


Cigarros eletrônicos podem ser piores que nicotina, confirma estudo

Uma equipe de cientistas americanos determinou que certos componentes incluídos em vários tipos de cigarros eletrônicos são mais tóxicos que a nicotina, segundo um estudo publicado nesta terça-feira na revista "PLOS Biology".

Os líquidos que servem de aditivos para os cigarros eletrônicos, "são extremamente diversos e alguns deles, como o propilenoglicol e a glicerina vegetal, são mais tóxicos que a nicotina sozinha", explicou o autor principal do estudo, Robert Tarran, da Universidade da Carolina do Norte (UNC).

Pesquisas recentes indicam que de 15% a 25% dos adolescentes americanos entre 16 e 18 anos já usaram cigarros eletrônicos, enquanto 15% dos adultos também.

Tarran e sua equipe desenvolveram um sistema para avaliar níveis de toxicidade que utiliza placas de plástico com centenas de pequenas aberturas, nas quais células humanas de rápido crescimento ficam expostas a diferentes líquidos para cigarros eletrônicos. Quanto mais esses líquidos reduzem as taxas de crescimento das células, maior é a sua toxicidade.

Os principais ingredientes destes líquidos, o propilenoglicol e a glicerina vegetal, foram considerados não tóxicos quando administrados por via oral, mas, neste caso, o usuário inala os vapores do cigarro eletrônico.

Os cientistas da UNC descobriram que pequenas doses desses dois compostos orgânicos reduzem significativamente o crescimento das células estudadas.

Além desses ingredientes básicos, os líquidos incluem pequenas quantidades de nicotina e compostos aromatizantes, que também aumentam a toxicidade desses cigarros, segundo o estudo.

Para chegar a essas conclusões, os cientistas analisaram 148 líquidos para cigarros eletrônicos, realizando uma cromatografia de gases padrão e uma prova de espectrometria de massas dos ingredientes.

Os especialistas descobriram que, por um lado, os ingredientes variam "enormemente" entre os diferentes produtos testados e, por outro, que o uso de mais ingredientes significa uma maior toxicidade nesses dispositivos.

Além disso, a equipe determinou que os maiores efeitos de toxicidade provêm de dois compostos de sabor, a vanilina e o cinamaldeído, que são amplamente usados nos líquidos dos cigarros eletrônicos.

"Há mais de 7.700 produtos líquidos e tanto os reguladores como as pessoas deveriam saber mais sobre os ingredientes, o que contêm e o quão tóxicos são", concluiu Flori Sassano, bióloga membro da equipe de pesquisa.



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