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Justiça
28/03/2018 07:03:00

"Eles não estavam armados", diz testemunha da morte de irmãos no Village


ma testemunha do caso que vitimou os irmãos Josenildo e Josivaldo Ferreira, de 16 e 18 anos, respectivamente, e do pedreiro Reinaldo da Silva, mortos no Village Campestre, crime ocorrido em 25 de março de 2016, afirmou nesta terça-feira (27), durante mais uma fase da audiência de instrução, que nenhuma das vítimas estava armada. 

"Eles não estavam armados, pelo contrário", disse ela ao juiz Geraldo Amorim, responsável por realizar o procedimento preparatório. A testemunha apontou, também, que um policial saiu da viatura e efetuou um disparo de arma de fogo contra os irmãos. 

De acordo com o relato da testemunha, os irmãos estavam brincando com a filha dela quando a equipe da Polícia Militar chegou ao local e realizou a abordagem. Logo em seguida, segundo os relatos da testemunha, os irmãos começaram a apanhar e levar socos diversos no abdômen, com um deles dando um tapa no rosto do militar como uma suposta reação às agressões. "Logo após isso, um policial saiu do interior da viatura e efetuou um disparo de arma de fogo contra eles", narrou a testemunha, que teve o nome preservado por questões de segurança. 

Ainda segundo ela, antes dos disparos de arma de fogo, as pessoas que estavam no ponto de ônibus chegaram a pedir que os policiais parrassem de dar socos e tapas nos irmãos. "Logo após os disparos, eu ouvi o pedreiro pedindo ajuda porque havia sido baleado. Eu corri com a minha filha e quando olhei para trás vi os policiais colocando os irmãos dentro da viatura, com um dos militares apanhando algo do chão e colocando no carro", ressaltou ela. 

As mortes dos irmãos e do pedreiro Reinaldo aconteceram no dia 25 de março de 2016, quando Josenildo e Josivaldo teriam ido visitar uma tia e, ao descer do ônibus, foram abordados por dois policiais militares. O pedreiro, por sua vez, teria sido vítima de uma bala perdida. Também em depoimento na audiência de instrução, a mãe dos irmãos, Maria de Fátima da Silva, relatou que eles não tinham condições de andar armados. "O Josenildo, por exemplo, tinha a mentalidade de uma criança. Não existe essa possibilidade deles andarem armados", disse ela, visivelmente emocionada, ao magistrado. 

 

Militar acusado do crime está sentando no banco dos réus no fórum

FOTO: LÍDIA LEMOS - ASSESSORIA TJ

 

 

A expectativa do Ministério Público Estadual (MPE) é que o acusado dos homicídios, o policial militar Johnerson Simões Marcelino, sente no banco dos réus e que o júri aconteça até o final deste ano. Por sua vez, o outro militar, Jailson Stallaiken Costa Lima, que estava na ocorrência e também chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE/AL), responda ao processo em liberdade.

Na versão dos PMs do 5º Batalhão, os garotos estavam com uma pistola 380 e uma espingarda. O armamento foi apreendido pela polícia, assim como as pistolas .40 dos militares.



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