Um policial militar lotado no 2º Batalhão, em União dos Palmares, denunciou, nesta quarta-feira (31), um suposto esquema de corrupção envolvendo oficiais da PM. Em um áudio endereçado à imprensa, o policial afirma que a tropa tem sido coagida pelos seus superiores a realizar blitze constantemente naquela cidade, a fim de apreender motocicletas que estejam em situação irregular e, com isso, favorecer o proprietário do guincho - que também é militar - utilizado na remoção dos veículos.
Segundo ele, o guincho em questão pertence ao coronel Albuquerque, comandante de área que estaria lucrando com as blitze, já que cada condutor autuado precisa pagar uma taxa de R$ 100 para a remoção do veículo até o pátio da SMTT, onde, posteriormente, deve retirar a motocicleta.
"Muitas pessoas estão se sentindo lesadas e nós estamos envergonhados com essa forma de atuação. Da forma como é feita, os coronéis montam as operações em União dos Palmares e a tropa escalada é obrigada a participar dessa nojeira toda. Vamos às ruas, somos obrigados a realizar operações e apreender as motocicletas. Isso é uma vergonha e humilhante para nós, policiais militares, que vivenciamos esta arbitrariedade", disse.
No áudio da denúncia, o policial ainda afirma que, ao conversar com colegas de farda, o mesmo guincho também já estaria sendo utilizado em Santana do Ipanema, município do Sertão alagoano. "Ele já respondeu à sindicância na PM por esta razão, tudo para ganhar dinheiro às custas dos militares. Enquanto isso, o tenente-coronel Pantaleão oprime a tropa e, com isso, deixamos de combater a criminalidade para apreender motos", desabafou.
E além do suposto esquema, o militar, ainda não identificado, denuncia também que as permutas foram canceladas pelo referido coronel. Segundo ele, isso tem prejudicado os policiais que moram fora do estado, contribuindo o surgimento de quadros depressivos ao elevar os custos para deslocamento do policial".
A assessoria de comunicação da PM, por sua vez, foi procurada para se pronunciar a respeito. Por telefone, a reportagem foi informada de que o Comando Geral já tomou ciência da situação. Contudo, disse que irá se pronunciar somente por meio de nota, com a qual também vai expor as providências as serem adotadas.
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