São Paulo foi incluído no mapa, da OMS, de áreas de risco de contaminação de febre amarela. No mesmo dia, na terça-feira (16), o governador Geraldo Alckmin antecipou a campanha de vacinação, e o Ministério da Saúde atualizou para 35 o número de casos registrados da doença entre julho de 2017 e o dia 14 deste mês.
A maioria dos casos, mais de 30, foram registrados este ano. Nesse mesmo período, do total de 35 casos, 20 resultaram em mortes. Há ainda 145 casos em investigação.
O cenário alarmante gerou uma série de dúvidas sobre a doença. O ministro da Saúde interino, Antônio Nardi, nega surto. Em entrevista coletiva na terça-feira (16), ele enfatizou que há apenas um aumento na incidência de casos.
O ministério esclarece que o último caso de febre amarela urbana foi registrado no Brasil em 1942. Até então, todos os casos confirmados decorrem do ciclo silvestre de transmissão - áreas de floresta, onde o principal hospedeiro é o macaco.
Aqui estão quatro fatos que você precisa saber sobre a febre amarela:
1.Vacina fracionada não vale para viagem internacional
Se você está com viagem internacional marcada para os próximos dias e precisa do certificado da vacina de febre amarela, você deve tomar a vacina padrão.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informa que só emite o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia com esta dosagem, que é diferente da vacina fracionada.
Na sua página oficial, a agência explica que os viajantes integram o mesmo grupo especial que inclui crianças entre nove meses e dois anos, pessoas com condições clínicas especiais (vivendo com HIV/Aids, ao final do tratamento de quimioterapia e pacientes com doenças hematológicas, entre outras) e gestantes.
Para que tenha acesso a vacina com dose padrão, o viajante deve apresentar o comprovante da viagem. "Não será emitido CIVP, em hipótese alguma, para quem apresentar comprovante de vacinação com etiqueta referente a dose fracionada", enfatiza a Anvisa.
Não, os macacos não são os responsáveis pela transmissão da doença. O alerta é do Ministério da Saúde. A pasta tem pedido à população que não mate os animais.
A doença é transmitida por mosquito.
O macaco, segundo o ministério, serve como um indicador da presença do vírus em determinado local.
"Os macacos não são responsáveis pela transmissão, muito pelo contrário: esses animais servem como guias para a elaboração de ações de prevenção", ressalta nota do ministério.
Vale lembrar ainda que matar animais é crime ambiental, com pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa.
Essa estratégia, que não funciona, é antiga. Em março do ano passado, também em um período de aumento da incidência de febre amarela, 25 macacos foram encontrados mortos em São José do Rio Preto, em São Paulo.
O Ministério da Saúde esclarece que a vacina é contraindicada para pacientes em tratamento de câncer e pessoas com imunossupressão e pessoas com reação alérgica grave à proteína do ovo.
Idosos também só devem tomar a vacina após avaliação médica.
Quem toma a vacina não pode doar sangue por quatro semanas. O recomendando é que as pessoas façam a doação antes de tomar a vacina para manutenção dos estoques de hemocomponentes.
Embora os números pareçam dizer o contrário, o ministro da Saúde interino é enfático em dizer que não há surto da doença.
"É um aumento da incidência de circulação viral."
Segundo ele, apesar do aumento no número de casos, a situação está dentro de um "controle absoluto".