Antes de gerar uma criança, o ideal é que o homem e a
mulher realizem uma bateria de exames para investigar como anda a saúde do
casal. Contudo, é durante a gravidez, que o cuidado se intensifica para
proteger a saúde da futura mamãe e também a do bebê. Isso porque, a
mulher grávida pode transmitir para o seu filho uma infecção sexualmente
transmissível (IST). Conhecida como vertical, essa transmissão pode ser
evitada, seja antes, durante ou após a gestação, segundo orienta a coordenadora
do Programa de Combate as ISTs da Sesau, Mona Lisa Santos.
E para que essas mulheres possam dar à luz a crianças saudáveis e
garantir boa qualidade de vida aos seus bebês. É importante que elas
procurem a Unidade de Saúde mais próxima de sua residência para inicio imediato
das consultas do pré-natal e a realização gratuita do teste rápido de HIV.
Nos casos em que for detectado o vírus HIV na gestante, cuidados são
necessários para evitar a transmissão do vírus para o bebê. “Realizando o
diagnóstico do HIV no início da gestação, a mãe imediatamente é encaminhada
para utilizar o tratamento Antirretroviral, mais conhecido como coquetel. Seguindo
todas as recomendações médicas, as chances de ocorrer a passagem do vírus do
HIV da mãe para a criança, caem de 25% para próximo de 1%”, ressalta Mona Lisa
Santos, técnica do programa DST/AIDS da secretária de Estado da Saúde (Sesau).
De acordo com a técnica da Sesau em 2016 foram registradas 135 crianças
expostas ao vírus do HIV e que uma criança menor de cinco anos já foi
diagnosticada com Aids nesse período “Esses bebês que foram expostos ao vírus
durante a gestação, parto e/ou pós- parto são acompanhados por um
infectologista nos serviços de referência por um ano e seis meses.
Durante esse período, a criança receberá a Formula Láctea e serão realizados
exames para detectar ou descartar a presença do HIV em seu corpo.
explicou Mona Lisa.
Esse foi o caso da jovem D.G.S que aos 25 anos ficou grávida pela terceira vez
e durante o pré-natal do terceiro filho, ao passar pelo teste rápido de HIV,
descobriu que era portadora do vírus. “Na época eu estava morando no Mato
Grosso e entre o quarto e o quinto mês da gravidez do meu filho descobri que
estava com HIV imediatamente comecei a tomar as medicações. Depois de três
meses eu e meu marido tivemos que voltar para Alagoas, mas não parei o
tratamento”, contou a dona de casa que hoje, após três anos, está com a carga
viral indetectável – situação em que diminui as chances de transmissão do vírus
-, mas permanece em tratamento no PAM Salgadinho, um dos três centros de
referência na capital alagoana para pacientes com HIV, junto com o Hospital
Universitário e o Hospital Hélvio Auto.
“Meu filho não foi infectado, os médicos fizeram os testes para detectar a
carga viral e durante um mês ele teve que tomar um xarope com as medicações
necessárias, além de ter sido acompanhado pelos profissionais durante um ano”
disse a mãe de outras duas meninas e está casada pela segunda vez com o pai do
seu terceiro filho, mas que ele também não está infectado.
“No começo fiquei muito preocupada de como seria o futuro dele, mas hoje fico
muito aliviada em ver que ele se alimenta muito bem, é muito danado e uma
criança perfeitamente normal”, finalizou D.S.G com um sorriso no rosto.
Na hora do parto – Alagoas já possui maternidades de referência para o parto de
gestantes HIV positivo de todas as regiões do Estado. Essa maternidades estão
localizadas nas cidades de Maceió, Santana do Ipanema, Arapiraca, Delmiro
Gouveia, São Miguel dos Campos, Palmeira dos Índios, Coruripe, Penedo e Rio
Largo.
As gestantes identificadas no pré-natal são encaminhadas para a maternidade de
referência de sua região de saúde, onde, durante todo o momento do parto, a
mulher utilizará um medicamento antirretroviral para reduzir as chances do bebê
vir a contrair o vírus.
“O tipo de parto será determinado pela quantidade de carga viral no sangue. Em
algumas situações o parto normal poderá até ocorrer, por isso, é importante a
adesão da mãe ao tratamento antirretroviral, que irá reduzir a quantidade de
vírus do HIV que circula no corpo dessas mães”, disse Mona Lisa.
O Ministério da Saúde determina que, após o parto, o recém-nascido deve receber
de imediato uma dose do medicamento antirretroviral durante 28 dias.
Amamentação - Sobre a alimentação da criança, a técnica avisa que a mãe não
deve amamentar essa criança já que o leite materno também é uma via para
transmissão do vírus. “Na maternidade é ofertado medicamentos para inibir
a produção de leite, e durante 12 meses a Sesau disponibiliza a fórmula
láctea infantil para a alimentação do bebê”, finalizou Mona Lisa. <>
Agência Alagoas //