Logo aos 10
meses de vida Adonay Mendes foi diagnosticado com um sopro no coração e, por
causa dessa cardiopatia, precisou realizar, fora de Alagoas, uma intervenção
cirúrgica no de ano 2014, quando ainda não existia o Serviço Estadual de
Cardiopediatria, criado em 2015 pelo Governo de Alagoas. Devido a essa carência
– naquela época, o menino precisou utilizar o Tratamento Fora de Domicilio
(TFD) e fazer a operação em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Os pais levaram Adonay ao médico depois de perceberem um forte cansaço e
manchas vermelhas pelo corpo, características da doença que pode prejudicar a
comunicação entre o coração e o pulmão. “Logo quando o médico identificou o
problema, disse que seria necessário passar por uma cirurgia, pois o quadro
dele poderia se agravar. Ainda de acordo com o médico, fazendo o procedimento
aos 10 meses, a recuperação seria muito melhor e mais rápida”, relatou José
Assis Mendes, pai do garoto.
Após essa notícia, o pai buscou ajuda junto a Secretaria de Estado da Saúde
(Sesau) para poder realizar a cirurgia em outro Estado, por meio do TFD. Isso
porque, em 2014 Alagoas não possuía as condições necessárias para realizar as
cirurgias em crianças cardiopatas. “Após entrarmos em contato com a Sesau
conseguimos uma vaga para o Adonay em Porto Alegre, onde ele precisou ficar
internado durante um mês e sete dias para se recuperar da cirurgia pela falta
de consultas e exames específicos em Alagoas”, contou a mãe, Amanda Mendes, que
ficou sozinha com o garoto na capital gaúcha.
Mesmo após a boa recuperação do procedimento cirúrgico, o menino, agora com 3
anos, ainda precisa passar por um cateterismo para a correção definitiva do
sopro. Sendo que dessa vez Adonay não vai precisar se distanciar da família e
se deslocar para outra cidade. Isso porque, desde 2015 o menino vem tendo o
acompanhamento garantido pelo Serviço Estadual de Cardiopediatria, implantado
pela Sesau, graças à parceria com o Hospital do Coração de Alagoas.
“Só temos a agradecer ao Governo do Estado por esse projeto, porque agora o
Adonay está sendo acompanhando pela equipe multidisciplinar da Casa do
Coraçãozinho. Agora ele não vai mais ficar longe da família quando for fazer
essa próxima cirurgia”, disse com alegria o pai, ao lembrar da angustia que
passou por ter ficado longe do filho durante o tempo em que o menino ficou em
Porto Alegre.
Serviços – Entre os atendimentos disponibilizados para a população, está a
garantia de consultas, realização de exames e as cirurgias cardiopediátricas,
realizadas no Hospital do Coração de Alagoas. Os atendimentos foram ampliados
no final de 2016, com a inauguração da Casa do Coraçãozinho, onde os pequenos
alagoanos são acompanhados por uma equipe multidisciplinar, composta por
assistentes sociais, enfermeiros, médicos, cirurgiões cardiovasculares
pediátricos, cardiopediatras, psicólogos e fisioterapeutas.
De acordo com Otoni Verissimo, diretor executivo da Casa do Coraçãozinho, desde
o início da parceria com a Sesau, o Serviço Estadual de Cardiopediatria já
atendeu 912 crianças e realizou 112 cirurgias. “A Casa do Coraçãozinho foi
criada para ser o centro de referência para o tratamento de cardiopatias
congênitas em Alagoas, trazendo resolutividade para os casos. Podendo receber
qualquer criança que precise de consultas, diagnósticos e cirurgias, com um
acolhimento humanizado e dignificado”, afirmou o diretor.
A cardiopediatra, Maria Goretti, explicou qual o trajeto que a criança percorre
quando entra no Serviço Estadual de Cardiopediatria do Estado. “Os pequenos
precisam passar por exames de ecocardiagrama e eletrocardiograma e, com o
resultado, é feita uma avaliação de um cirurgião cardíaco, onde será definido
se a criança irá precisar de intervenção cirúrgica ou somente o acompanhamento
clínico”, afirmou a médica.
Para o secretário de Estado da Saúde, Christian Teixeira, essa parceria veio
preencher uma lacuna que existia em Alagoas nos atendimentos as crianças
cardiopatas. “Serviço Estadual de Cardiopediatria tem trazido muitos benefícios
para os nossos pequenos alagoano, que agora possuem um local exclusivo onde são
tratados e acompanhados. Uma realidade que antes não acontecia e as crianças
precisavam se deslocar para outros estados em busca das cirurgias”, frisou o
gestor da Sesau. <> Todo Segundo //