19/09/2024 12:59:40

04/06/2007 00:00:00

Saúde


Saúde

O único hospital de Maceió que atende casos de urgência e emergência não tem condições de atender mais pacientes, por problemas estruturais e falhas na gestão. A denúncia é dos promotores do Ministério Público, que visitaram, nesta segunda-feira, a Coordenadoria da Unidade de Emergência Armando Lages.

A visita foi realizada pelos promotores Cecília Carnaúba, Ubirajara Ramos e Micheline Tenório, acompanhados de representantes do Conselho Regional de Medicina.

“É uma situação horrível. Além dos problemas da superlotação, que se agravaram com a greve dos médicos, há também falhas na gestão. Vimos baratas em um armário da enfermagem, onde também havia gaze e remédios, além de moscas na sala de UTI”, disse, surpresa, a promotora Cecília Carnaúba.

Durante a vistoria, foi registrado também que vários aparelhos de ar condicionado e exaustores estão quebrados. Às pessoas internadas, faltavam medicamentos. “Mas o diretor nos falou que tinha medicamentos, então constatamos falhas de comunicação com o almoxarifado, o que é um problema na administração”, afirmou a promotora.

Os promotores também reclamaram do mau cheiro e da quantidade de sujeira nos corredores do hospital. Com a superlotação, as macas ficam enfileiradas pelos dois lados dos corredores e os atendimentos acabam sendo sem estrutura adequada, nem higiene. “Soubemos que médicos faziam as suturas em cima da lixeira”, contou a promotora Micheline Tenório.

A equipe do Alagoas 24 Horas e outros profissionais da imprensa esteviram no hospital para acompanhar a visita, mas foram impedidos de entrar. Durante todo o tempo, cerca de duas horas, não houve explicação, nem justificativas da direção para que a imprensa não acompanhasse os promotores nas alas do hospital.

A assessoria de imprensa disse apenas que, por conta da greve dos médicos, foi registrado aumento de atendimentos no final de semana, que passou de uma média de 564 para 947, na maioria, casos clínicos.

Relatório

Os promotores vão aguardar um relatório do Conselho Regional de Medicina, que filmou e fotografou toda a visita. “Não verifico outra possibilidade que não uma Ação Civil Pública, mas vamos analisar todo o caso”, disse Micheline Tenório.

A promotora Cecília Carnaúba também explicou que a ação deve pedir a transferência imediata, de pelo menos 60 pacientes, para outros hospitais conveniados ou até mesmo hospitais particulares. “Aqui não há mais condições e é o Governo quem precisa arcar com isso”, finalizou a promotora Cecília Carnaúba.

Maqueiros

As condições dos padioleiros, mais conhecidos como maqueiros, também não é boa no Hospital Pronto Socorro. Concursados desde 2002, eles dizem que são apenas nove para cuidar de todo o transporte de macas da Unidade de Emergência.

“A demanda é muito grande e o período de greve agrava o atendimento por aqui. Quando as obras terminarem, será ainda pior”, dizem os maqueiros. Outra reclamação é sobre os salários – eles garantem que fizeram concurso para padioleiros, mas no contra-cheque sai artífice.

“Nós trabalhamos 120 horas, mas o contra-cheque diz 160 horas. Então, eles descontam o resto justificando isso com uma lei de 2001, daí recebemos cerca de R$ 70 a menos”, afirma um deles, que não quis se identificar com receio de represálias.

Como o esquema de plantão requer que eles passem a noite no hospital, eles ainda precisam ir até o antigo José Carneiro para dormirem porque não há mais dormitórios para eles no HPS. “Não agüentamos mais, até um colega da gente foi afastado porque contraiu tuberculose. Falta estrutura”, finalizou o maqueiro.

Fonte - www.alagoas24horas.com.br - Elaine Rodrigues



Enquete
Você Aprova o retorno do Horário de Verão?
Total de votos: 11
Google News