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03/06/2007 00:00:00

Operação Navalha


Operação Navalha

Pela primeira vez, um dos acusados na suposta máfia na licitação de obras públicas – o ex-secretário de Infra-estrutura – Adeilson Teixeira Bezerra, resolve apresentar sua versão sobre os motivos de sua prisão pela Polícia Federal (PF).
Bezerra e outras cinco pessoas, todas do governo Teotonio Vilela Filho (PSDB), receberam voz de prisão no dia 17 de maio durante a Operação Navalha, por terem beneficiado a Construtora Gautama Ltda, da Bahia, pertencente ao empresário Zuleido Veras, em contratos para obras estruturantes no Estado.

“É normal chutar valor de obra”
Em um dos diálogos interceptados pela Polícia Federal, o ex-secretário de Infra-estrutura, Adeilson Bezerra, e o seu ex-sub na pasta, Denisson Tenório, conversam sobre a duplicação de uma estrada entre as cidades de Maragogi e Penedo. No diálogo, a PF diz que Bezerra e Tenório preparam, de forma irregular, um documento relacionado à obra, para que o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB), converse com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Invasão a imóveis, algemas, prisão: “Era ato de covardia”
Na carceragem da Polícia Federal, em Brasília, o ex-secretário de Infra-estrutura, Adeilson Bezerra, diz que dividiu a cela com alagoanos presos pela Polícia Federal, acusados e com o sobrinho do governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), Francisco de Paula Lima Júnior.
Além de Bezerra e Lima Júnior, estavam na cela o ex-subsecretário de Infra-estrutua, Denisson Tenório, o ex-diretor do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Márcio Fidelson, e o fiscal de obras do governo maranhense, Sebastião José Pinheiro Franco.

Acusações justificadas
Contratos da Gautama
“Primeiro, esse processo da Gautama diz que é uma gangue para fraudar licitações. Não cheguei a fazer licitação. Essa licitação foi de 2001 [Sistema Pratagy], no governo Ronaldo Lessa. Os preços e os planos de trabalho são todos de 2001. Não só em relação à Gautama, à Queiroz Galvão, OAS, Odebrecht, LJA. Todas estas empresas tiveram o mesmo problema que a Gautama.
O “chute”
“Há emendas parlamentares que foram licitadas, então se sabe quanto vai pedir, para que se coloque na emenda. Mas, o restante é estimativa. Isso em todo o Brasil é assim. Quando não tem licitação executada, é estimativa, vai se construir uma barragem lá em Palmeira dos Índios, qual a profundidade, o tipo de solo, quem é da área tem estimativa de quanto custa.
A prisão
“O episódio da prisão é humilhante, é para desmoralizar qualquer homem. Pela forma comoeles vêm à casa da gente. Fui avisado que era a Polícia Federal às seis horas da manhã. ‘O que diabos veio fazer a PF aqui?’, perguntei. Eu deixei os meninos no quarto para eles não estarem acompanhando uma ação humilhante destas”.
Encontro com Zuleido Veras
“Ele me ligou um dia antes, disse que vinha a Maceió, na Gautama, e que queria que eu desse uma olhada no processo sobre a Petrobras. ‘O pessoal me disse que você tem MBA, o mercado corre rápido, queria que você desse uma olhada nesse processo’. Eu disse: ‘Tá certo, vá tranquilo, estou no escritório’. Quando ele passou aqui, passou dez minutos, no máximo.
Irregularidades
“Quando se tiver acesso ao processo inteiro, vocês vão ver que quem deveria ser preso não era Adeilson. Tem muita gente rindo, do governo passado, mas o que tem de irregularidades neste processo com estas pessoas, vocês vão ver. Quem fez pagamento irregular, gente que passou pela secretaria. Agora, acho que acharam mais interessante pegar um secretário por uma ilação em função de eu ser do PMDB”.
Indiciamento
“Pelo que sei, ainda não fui nem indiciado. Quando a gente receber uma notificação, temos que apresentar defesa prévia em 15 dias. Todos os que foram presos na operação estão por formação de quadrilha, só se for quadrilha de São João. Ninguém se conhece”.

“Tem mais gente envolvida”
O ex-secretário de Infra-estrutura, Adeilson Bezerra, diz que conheceu o empresário Zuleido Veras, dono da Gautama, em fevereiro deste ano, quando já era secretário.
“Conheci em função do cargo, nunca tinha visto o Zuleido. Tinha ouvido falar”. Desde então, Zuleido veio a Alagoas “três ou quatro vezes”. “Ele vinha para ir ao escritório da Gautama”.
O ex-secretário diz ter lido o processo e que viu irregularidades na Infra-estrutura envolvendo secretários da pasta e funcionários do governo passado. Não quis dar nomes.

Fonte - Jornal Gazeta de Alagoas



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