minutosertão //
jota silva
Uma residência, localizada no Sítio Melancia, zona
rural de Inhapi, foi destruída por uma explosão, provocada por policiais do
Esquadrão Antibomba do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope),
durante uma operação desencadeada nesta quarta-feira (20) para fechar fábricas
clandestinas de fogos de artifício.
O sinistro aconteceu no momento em que
militares do esquadrão atearam fogo em vários explosivos que tinham sido
apreendidos em uma casa de fogos irregular que é de propriedade de Maria
Pereira Souza, dona e moradora do imóvel que foi atingido.
A cobertura de gesso de todos os cômodos da
residência desabou com a força da explosão, danificando móveis e
eletrodomésticos. Paredes externas e internas ficaram com rachaduras, portas e
janelas de vidros foram destruídas. Três pessoas, entre elas duas crianças,
estariam dentro da casa no momento do ocorrido, mas ninguém se feriu.
Segundo o agricultor Luiz Pereira Souza, irmão da
dona da casa, os policiais levaram uma grande quantidade de fogos aprendidos na
fábrica de fogos da irmã até uma barragem vazia, localizada a cerca de 50
metros da moradia e colocaram fogo. Conforme o homem, a explosão foi tão forte
que pôde ser ouvida a mais de um quilômetro de distância.
Ainda de acordo com Luiz, a equipe do
esquadrão antibombas é culpada pelo estrago na residência da irmã. Ele diz que
os militares agiram de maneira irresponsável ao tentar se desfazer dos fogos em
umlocal muito próximo da casa. “Poderia ter acontecido uma tragédia se a
casa tivesse desabado. Duas crianças e mais uma pessoa poderiam ter morrido”,
disse.
A reportagem apurou que a grande quantidade de
fogos de artifício, pólvoras e outros explosivos apreendidos na operação foram
detonados nos municípios em que foram encontrados, já que o transporte do
material ofereceria risco de acidente.
No caso de Inhapi, depois do dano provocado na
residência, os militares do Antibomba levaram o restante dos explosivos
apreendidos para o terreno de um lixão, situado a mais de dois quilômetros da
cidade, onde todo o material foi destruído durante a noite.
A operação
Denominada Hefesto, que na mitologia grega é o nome
do Deus do Fogo, a operação para fechar fábricas clandestinas de fogos de
artifício foi desencadeada na manhã desta quarta-feira (20) em sete cidades
alagoanas, entre elas Água Branca, Inhapi e Mata Grande.
Em Água Branca, foi encontrada uma casa de fogos
que funcionava ao lado de uma creche municipal. Três pessoas da mesma família
que seriam proprietárias do estabelecimento clandestino foram detidas. Outras
duas fábricas com irregularidades foram localizadas no município de Inhapi,
onde os donos também foram detidos para prestarem esclarecimentos.
A operação foi planejada após o incidente ocorrido
em março deste ano, na zona rural de Ibateguara, onde um homem morreu e um
adolescente ficou gravemente ferido depois da explosão de uma casa de
fogos. O objetivo da ação que contou com a participação de cerca de 200
policiais foi reprimir a produção irregular de fogos de artifício, ainda mais
nesse período que antecede os festejos juninos, para que não haja novas
vítimas.