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Uma operação especial
envolvendo policiais militares, civis e rodoviários federais, fechou 25
fábricas clandestinas de fogos de artifício. No total, os policiais percorreram
sete municípios de Alagoas. Para evitar acidentes durante o transporte,
policiais da divisão anti-bombas do Bope explodiram parte dos fogos.
Em Murici, municipio na
região da Zona da Mata de Alagoas, foram localizadas duas fábricas
clandestinas. Uma delas estava abandonada, porém armazenava milhares de fogos
de artifícios, prontos para o uso. Na segunda fábrica, foram encontrados fogos
do tipo bomba e traque, além de dez pessoas empregadas na fabricação de forma
irregular. O dono do estabelecimento foi localizado e junto com os funcionários
prestou depoimentos à polícia.
Em Ibateguara, município da
mesma região, também foram encontrados trabalhadores irregulares. A fábrica
clandestina funcionava em uma área rural conhecida como Sítio Jardim e 11
trabalhadores, entre eles dois adolescentes e uma criança, foram encontrados em
formas análoga à escravidão.
As jornadas duravam até 16
horas ao dia e o local não possuia nenhuma infraestrutura, inclusive, não tinha
água.
Segundo o depoimento dos funcionários, cada um deles produz, de modo artesanal,
em média sete mil “estalos bebê” por dia. Nenhum trabalhador utilizava os
equipamentos de proteção individual.
No local foram apreendidos
diversos produtos químicos utilizados para produzir pólvora e mais de dez
quilos de explosivos. O Corpo de Bombeiros interditou a casa e classificou o
risco de acidentes como muito alto.
O tenente do
Corpo de Bombeiros, Douglas Souza, afirma que esse tipo de produção é
arriscada. "Até a poeira que acumula é arriscada, se uma pessoa estiver
com um calçado e riscar no chão, pode causar fagulhas. O risco no local é
máximo", diz o tenente.
Em uma das
fábricas foram encontrados uma grande quantidade de livros educativos
distribuídos pelo governo federal. A suspeita é que as folhas do material
escolar estavam sendo utilizadas na montagem dos explosivos.
O Intituto de
criminalistica acompanhou a operação e analisou os materiais encontrados.
Segundo o diretor do instituto, José Cavalcante, há grande perigo. "A
maior parte do que encontramos é pólvora, que tem grande possibilidade de
explosão", afirma o diretor.
A operação denominada Hefesto, teve inicio após o incidente acontecido em
março, na cidade de Ibateguara, onde uma fábrica de fogos de artifícios clandestina explodiu e vitimou um
homem e feriu gravemente um adolescente. Segundo a Secretaria de Estado da
Defesa Social e Ressocialização, cinco pessoas foram presas por crime ambiental
e enquadrados no estatuto do desarmamento.