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eliane aquino
Em depoimento à
Lava Jato, o empreiteiro Ricardo Pessoa disse que a sua empresa UTC fez doações
à campanha do governador de Alagoas Renan Filho, ano passado, como parte da
propina para manter contratos com a Petrobras.
A informação
está na Folha de São Paulo desde sábado.
Segundo a
matéria, a empreiteira teria repassado R$ 1 milhão em duas parcelas para o
diretório estadual do PMDB, nos meses de agosto e setembro de 2014.
A Folha diz
também que a campanha de Renan Filho e o PMDB de Alagoas receberam doações de
seis empresas investigadas na Lava Jato, o equivalente a R$ 7,7 milhões.
Ao Cada Minuto,
a assessoria do governador Renan Filho afirmou que a legalidade das contas
de campanha está atestada pela Justiça Eleitoral e que todas as doações
atenderam as exigências da lei: 'As doações para a campanha de Renan Filho ao
Governo de Alagoas foram feitas de acordo com as exigências legais. As contas
de campanha foram aprovadas e podem ser consultadas no site da Justiça
Eleitoral".
O empreiteiro
apontou aos procuradores da Lava Jato os nomes de pelo menos dez parlamentares
do Congresso Nacional e de outro governador, além de Renan Filho, como
beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras.
Ele contou
também que suas doações à campanha da presidente Dilma Rousseff, de R$ 7,5
milhões, foram feitas porque ele temia prejuízos em seus negócios com a
Petrobras, caso não colaborasse com o PT.
Em 2014, as duas
empresas de Ricardo Pessoa, a UTC e a Constran, distribuíram R$ 54, 4 milhões
em contribuições eleitorais. As duas empresas ajudaram a financiar a
campanha de 11 deputados federais e dois senadores eleitos, de acordo com as
prestações de contas oficiais dos partidos.
O empresário
aceitou a delação premiada e já apresentou trinta episódios que promete
detalhar em seus depoimentos nos próximos dias. Também entregou à Força Tarefa
da Lava Jato documentação que ele garante ser útil para as
investigações.