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dra. bárbara
murayama
A infecção urinária é bastante comum entre mulheres. Em geral causada por
bactérias como a E. Coli, a infecção pode acometer apenas a bexiga (cistite) ou
chegar até os rins (pielonefrite) - sendo esta última considerada mais grave.
A frequência em mulheres grávidas é aproximadamente a mesma que em mulheres não
grávidas, no entanto, infecções recorrentes são mais comuns durante a gravidez.
Adicionalmente, a ocorrência da pielonefrite é mais elevada durante a gestação
do que na população em geral, provavelmente como um resultado de alterações
fisiológicas das vias urinárias no período.
A bacteriúria assintomática, ou seja, quando são detectadas bactérias no exame
de urina sem que a gestante apresente sintomas, ocorre em 2 a 7% das mulheres
grávidas. Geralmente ocorre durante a gravidez inicial, com apenas cerca de um
quarto dos casos identificados nos segundo e terceiro trimestres. Fatores que
têm sido associados a um maior risco de bacteriúria incluem história de
infecção urinária prévia, diabetes mellitus, gestações anteriores e baixo nível
socioeconômico.
Em torno de 30 a 40% das mulheres grávidas com bacteriúria assintomática irão
desenvolver uma infecção sintomática do trato urinário, incluindo pielonefrite,
durante a gravidez. Este risco é reduzido em 70 a 80% se a bacteriúria é
tratada.
Cistite aguda ocorre em aproximadamente 1 a 2% de mulheres grávidas, e a
ocorrência estimada da pielonefrite aguda durante a gravidez é de 0,5 a 2%. A
maioria dos casos de pielonefrite acontece durante o segundo e terceiro
trimestres.
Muitos estudos têm mostrado a relação entre a infecção materna do trato
urinário, bacteriúria assintomática em particular, e resultados adversos da
gravidez. Bacteriúria não tratada tem sido associada a um aumento do risco de
parto prematuro, baixo peso ao nascer e mortalidade perinatal.
Os sintomas de infecções urinárias na gestante incluem dor em baixo ventre,
acompanhada ou não de sintomas típicos como dor para urinar, urgência ardência,
etc. Podem ou não ter febre, mal estar. Outras complicações de pielonefrite
incluem anemia, sepse e dificuldade respiratória.
Uma gestante deve ir à consulta de pré-natal uma vez por mês nos primeiros 6
meses. A partir do sétimo ou oitavo mês, essas consultas serão mais próximas,
até o bebê nascer. Porém, caso apresente qualquer sintoma a gestante deve
agendar outra consulta ou procurar o pronto socorro de uma maternidade para
avaliação. A avaliação inclui exame completo da mulher e exame de urina.
Para o tratamento, o médico obstetra avaliará a necessidade de antibióticos
seguros para gestantes. Em casos mais graves pode ser necessário mais exames e
até a internação da paciente.
Em casos de infecções recorrentes pode ser necessário tratamento antibiótico
preventivo durante período mais longo, além de investigação de problemas
associados como infecções genitais, cálculos renais, etc.
Alguns hábitos de vida podem ajudar a evitar infecções e devem ser praticados
por todas as mulheres, como ingerir líquidos em abundância, dando preferencia a
água. Não segurar o xixi muito tempo e sempre ir ao banheiro logo após o ato
sexual também são recomendações.