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Doença é
responsável por mais de 100 mil internações no SUS - A Organização
Mundial de Saúde (OMS) estima que 300 milhões de pessoas no mundo, incluindo
crianças, sofrem com a asma. Seu sintoma é caracterizado, principalmente, por
dificuldade respiratória (falta de ar), tosse seca, chiado ou ruído no peito e
ansiedade.
Os problemas ocorrem porque os brônquios do asmático são mais sensíveis e
tendem a reagir de forma mais abrupta quando há exposição aos diferentes
desencadeadores da doença: frio, mudança de temperatura, fumaça, ácaros ou
fungos, e até mesmo odores fortes. A manifestação da doença é ainda mais
frequente pela manhã ou no período da noite.
Segundo Deborah Malta, a asma pode ser assintomática em adultos, sendo as
crises mais frequentes em crianças. Devido sua frequência e risco de desfecho
grave do quadro clínico, a asma é considerada uma prioridade de atendimento em
saúde.
“Em crianças, a doença leva a internações frequentes e se não houver
atendimento adequado pode levar a óbito”, enfatiza Deborah. A OMS também
classifica essa doença respiratória crônica como prioridade para controle.
No Brasil, a asma é responsável por número representativo de internações
hospitalares. Somente em 2014, período de janeiro a novembro, foram 105,5 mil
internações pela doença originando um custo de R$ 57,2 milhões para a rede
pública de saúde – segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH).
Para os que já têm diagnóstico de asma, a recomendação médica é procurar
imediatamente o serviço de saúde em qualquer caso de dificuldade respiratória.
“Estudos mostram que a manifestação da doença está associada à predisposição
genética, além de componentes emocionais e sociais relacionados com o estilo de
vida”, destaca a diretora do Ministério da Saúde, Deborah Malta.
Ela orienta para a necessidade de cuidados especiais em relação aos fatores
desencadeadores da doença, como forma de prevenção de crises. Segundo a
diretora, esses pacientes precisam ter atenção com a presença de componentes
alérgicos no ambiente em que vivem, como tapete, cortina, colchas de cama que
devem ser sempre higienizados.
É preciso ainda evitar o uso de roupas de lã. Animais de estimação também podem
levar a reações alérgicas nessas pessoas. Em época de chuva, deve-se estar
atento a presença de mofo e infiltração nos lares.
Uso de medicamentos é importante para controle da asma
Mesmo não tendo cura para asma, há tratamento e medicamentos específicos para
diminuir os sintomas e o agravamento da doença, proporcionando maior qualidade
de vida para os asmáticos.
Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a pessoa asmática tem acesso a
atendimento integral e gratuito. Diagnosticada com asma aos quatro anos, a
educadora física Elisa Gomes Pinto, 31 anos, que mora em Brasília (DF), começou
a conviver com a doença na mesma época em que seus pais enfrentavam processo de
separação.
Desde então, faz uso de bombinha de asma e atualmente, quando em crise, usa o
Salbutamol (broncodilatador). Ela afirma se sentir mais tranquila por saber que
o Programa Farmácia Popular disponibiliza os medicamentos para a doença. “Só
quem tem asma sabe o quanto é ruim conviver com essa doença crônica, ser
dependente de medicamentos, e ter que sempre ter uma bombinha para estabilizar
o quadro de imediato, quando se está em crise”, diz. “Poder encontrar
medicamentos na rede pública é uma segurança”, acrescenta.
Como retirar medicamento no Programa
Farmácia Popular
Os medicamentos definidos para o tratamento de asma são distribuídos
gratuitamente aos usuários.
Para retirar, o cidadão deve apresentar o documento de identidade com foto, CPF
e receita médica dentro do prazo de validade (120 dias). A receita pode ser
emitida tanto por um profissional do SUS quanto por um médico que atende em
hospitais ou clínicas privadas.
Em uma das mais de 32 mil farmácias do programa (lista de unidades), os
pacientes encontram os três principais medicamentos para o tratamento da doença
(brometo de ipratrópio, diproprionato de beclometasona e sulfato de
salbutamol), em suas diferentes dosagens. Só em 2014, 1,4 milhão de pessoas
foram atendidas com medicamentos para asma no Programa Farmácia Popular do
Brasil.
Nos casos em que há evolução do quadro do paciente, se houver necessidade
clínica, é possível ainda obter a complementação do tratamento com medicamentos
do chamado componente especializado.
Após diagnóstico e prescrição correta, a rede pública de saúde oferece de graça
os remédios – budesonida, fenoterol, formoterol e salmorerol – os quais devem
ser retirados nos serviços estaduais, responsáveis pela compra e distribuição
dos mesmos. No ano passado, 240 mil pessoas fizeram uso desses medicamentos por
meio do SUS.