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exame
Uma simples
picada de um carrapato pode lhe transformar num vegetariano ao lhe impedir de
comer carne vermelha.
Essa é a
conclusão de diversos cientistas americanos.
Grupos de
médicos têm observado o surgimento de pessoas com alergias a carne vermelha por
causa da picada de um tipo de carrapato da espécie Amblyomma americanum.
O problema não
foi descoberto recentemente, mas os casos têm aumentado nos Estados Unidos,
principalmente em Long Island, no estado de Nova York.
Em alguns casos,
comer um simples hambúrguer leva pessoas ao hospital com complicações sérias
geradas pela alergia.
Ao portal NBC, o
médico Greg Cergol afirmou que a espécie é um tipo de carrapato estrela
solitário.
Mas
pesquisadores acreditam que existem outros tipos de carrapatos que também podem
causar alergias, pois há relatos de casos na Austrália, França, Alemanha,
Suécia, Espanha, Japão e Coreia.
Esse carrapato
tem uma substância chamada galactose-alfa, um tipo de açúcar que pode ser
encontrado nas carnes vermelhas e em produtos com leite. Normalmente, a
substância não faz mal.
O problema
acontece quando a galactose-alfa entra na corrente sanguínea pela picada do
carrapato.
O corpo entende
que a substância é algo que faz mal para saúde e começa a produzir anticorpos
para combater o invasor.
A partir de
então, o organismo grava essa informação e qualquer galactose-alfa que entre no
organismo pela carne provocará uma reação potente imunitária do organismo.
A americana
Louise Danzig, de 63 anos, desenvolveu a alergia.
Ela disse a NBC
que não sabia que tinha sido picada por um carrapato.
Mas depois que
comeu um hambúrguer teve uma alergia tão intensa que começou a fechar suas vias
respiratórias. Um exame de sangue confirmou a alergia.
Os médicos não
sabem se a alergia é permanente ou se dura por um determinado período de tempo.
Tampouco até agora houve sinalização de tratamento que restitua a condição
anterior das pessoas picadas ou se alguma vacina está em estudo.
Os sintomas são
tratados com anti-histamínicos. Em casos mais graves, os médicos passam
adrenalina intravenosa para os pacientes.
Algumas pessoas
já diagnosticadas carregam doses de adrenalina consigo para caso comam algo que
não saibam que contém carne, como alimentos industrializados.
Dr. Scott
Commins, da Universidade de Virgínia, disse que vê de dois a três casos dessa
alergia todas as semanas.
Dra. Erin
McGintee, de Long Island, afirma já ter visto mais de 200 casos da doença nos
últimos três anos. Ela trabalha em uma base de dados com outros pesquisadores
para entender melhor a doença.