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– milena andrade
Imagine passar por um aperto financeiro, precisar
fazer um empréstimo, honrar pontualmente com as parcelas junto ao credor todos
os meses e, ainda assim, ser importunado por incessantes e incômodas cobranças
em casa e até no ambiente de trabalho, gerando uma situação constrangedora
junto aos colegas e à chefia. Pois, é essa a realidade atual de muitos
servidores públicos estaduais que optaram por fazer empréstimos consignados. O
governo vem descontando, infalivelmente, as parcelas dos financiamentos, mas tem
enfrentado problemas ao efetuar os repasses à Caixa Econômica Federal (CEF).
Um servidor do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), que
preferiu não se identificar, procurou a reportagem da Gazeta para relatar o que
classificou de “verdadeiro inferno” em sua vida. Desde maio, os telefonemas e
cartas do setor de cobrança da Caixa entraram na sua rotina. São várias
ligações diárias para a sua casa, para o celular e para o seu trabalho. “É
complicado e muito constrangedor. Um dia desses, no trabalho, tive que explicar
que não devia nada, que aquilo vem descontado no meu salário e todo mundo
ouviu. Em casa, nem atendo mais ao telefone fixo, fiquei com trauma”, conta o
servidor.
Incomodado com as cobranças mensais, que duram alguns dias
todos os meses e depois cessam, e com medo de ter o nome inscrito no Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC) e Serasa, o funcionário do IZP pegou as cartas e foi
até sua agência saber do gerente o que estava acontecendo. A explicação da
Caixa complicou ainda mais a resolução do seu problema, pois, segundo o
gerente, o governo do Estado vem atrasando os repasses dos empréstimos ao banco
e, sem pagamento, o setor de cobrança é acionado automaticamente.