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Política
19/07/2014 09:29:56

Mano: 'Não viou subir em palanques com meus tradicionais adversários políticos'


Mano: 'Não viou subir em palanques com meus tradicionais adversários políticos'
Mano e Nelito

cadaminuto //

davi soares

 

Em 2002, a família Gomes de Barros conquistou cadeira na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) e acreditava na recondução de um de seus líderes políticos para mais quatro anos de mandato, em outubro. Estava “tudo certo”, o ex-governador Manoel Gomes de Barros seria mais um ex-chefe do Executivo na disputa pelo cargo de deputado estadual, caso fosse inviabilizada a possibilidade de seu filho Nelito Gomes de Barros ser reeleito pelo PSDB.

 

“Não tenha dúvida de que eu iria conseguir uma vaga na Assembleia”, ainda assegura o ex-governador Mano.

 

Mas, desde 2012, quando Mano perdeu uma eleição de prefeito para Beto Baía (PSD), o “tudo certo” virou decepção para o clã que dominou a política de União dos Palmares durante décadas.

 

Filiado ao PSC, Mano aguardava o cenário da chapa tucana, que o governador Teotonio Vilela Filho transformou em tragédia para a bancada do PSDB na Assembleia. O PSC estava dividido entre a chapa de Benedito de Lira (PP) e de Eduardo Tavares (PSDB) para o governo. E decidiu se aliar à Frente de Oposição de Renan Filho (PMDB).

 

O presidente estadual do PSC em Alagoas, Marcos Calheiros, chegou a anunciar que Mano disputaria o mandato de deputado no lugar do filho. Só que mais uma caçamba de areia já havia desmoronado sobre os planos dos Gomes de Barros, com o peso de adversários históricos como Fernado Collor (PTB), João Lyra (PSD) e Ronaldo Lessa (PDT), em cima do palanque que o PSC escolheu.

 

A sequência de mandatos do deputado Nelito iniciou na eleição de 2002, quando foi eleito com 19.006 votos. E foi reafirmada em 2006, quando obteve 28.939 votos; e em 2010, quando a marca desceu para 28.081 votos, apesar do envolvimento da família com os escândalos da Operação Taturana. Uma dobradinha com Mano e Nelito disputando a Assembleia e a Câmara Federal até chegou a ser planejada. Mas o cenário negou a possibilidade.

 

O milagre de Téo e peso dos adversários

 

O blog conversou com o ex-governador Mano, no fim da tarde de quinta-feira (17), e perguntou sobre os rumos políticos da família. E além de por a culpa no governador pela inviabilização da manutenção da família nos próximos quatro anos da política do Estado, o patriarca dos Gomes de Barros afirmou que continua indeciso sobre apoio político para as chapas majoritárias. “Estou vendo ainda. Estou vendo se vou participar diretamente, se não vou. Ainda estou analisando isso”, afirmou.

 

O ex-governador que assumiu o governo de Alagoas após a queda de Divaldo Suruagy, 1997, foi enfático ao afirmar que não acredita na eleição de Eduardo Tavares para a sucessão de Téo: “Não acredito, não. Não acredito. Não acredito”, repetiu.

 

“O governador conseguiu fazer essa... essa... sei lá. Conseguiu fazer esse milagre de não ter bancada. É, na verdade uma situação constrangedora porque não tem bancada. Não vai eleger [bancada]. Se eleger, será um ou dois deputados estaduais. E federal eu acho que nem isso consegue. Ficou muito difícil. O PSDB ficou isolado, inviabilizado. Não coligou com outros partidos e, consequentemente, ficou muito difícil para eleger o Nelito para deputado estadual ou federal. Ficou muito complicado. Entendeu? Não só para o Nelito, como para o Joãozinho Pereira, para Gilvan Barros, Fernando Toledo e outros que não são candidatos em função dessas dificuldades todas”, explicou Mano, lembrando dos tucanos que colocaram na disputa os respectivos parentes, Jó Pereira (DEM), Givanzinho e Bruno Toledo.

 

Mano ainda explicou que não pode se unir aos inimigos presentes no palanque de Renan Filho, apesar de ressaltar a amizade com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).

 

“Eu fui para o PSC. E o PSC é coligado com Collor, João Lyra e Ronaldo Lessa, de quem fui sempre adversário. E eu me senti incomodado, quer dizer, desconfortável. O desconforto meu é de estar em um palanque com as pessoas de quem tradicionalmente fui adversário, apesar da minha amizade muito grande, pessoal, com o senador Renan Calheiros. Por isso, não sou candidato. Não me senti confortável nessa coligação que, inclusive, tem o PT também. Eu nunca marchei com esse pessoal. Principalmente em um palanque com João Lyra, com Collor e com Ronaldo Lessa. Me sinto desconfortável. Eu ser candidato numa coligação que tem todas essas pessoas importantes e tal... Quer dizer, é constrangedor para mim e para eles, lá. Não é verdade?”, argumentou Mano.



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