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jonathas maresia
O prefeito do município de União dos Palmares, Beto Baía (PP), falou à
Gazetaweb, na tarde desta segunda-feira, sobre o suposto esquema de troca
de favores envolvendo a Prefeitura daquela cidade e 14 vereadores, no que já
ficou conhecido como 'O Mensalinho de União'. De acordo com o gestor municipal,
que participou de encontro com o Ministério Público Estadual (MPE) – que cobra
melhorias no tocante à educação naquele município –, nunca existiu no município
qualquer esquema que se assemelhe ao famigerado mensalão do PT.
“Nunca
existiu. Tanto que, no período em que estou prefeito, nunca consegui aprovar um
único projeto de autoria do Executivo. Como é que existe mensalão? Eu pagaria
algo para que vereadores fizessem oposição a mim?”, indagou o prefeito de União
dos Palmares, acrescentando que o documento contendo a lista dos supostos
beneficiados com benesses do Executivo – entre vereadores e até secretário
municipal – é apócrifo.
“Esta suposta lista com valores não comprova
absolutamente nada. Encontraram este documento durante diligências da CEI da
Câmara, que faz oposição ao prefeito. Garanto que a prefeitura nunca deu cargo a
ninguém em troca de qualquer apoio”, assegurou Baía, colocando-se à disposição
dos órgãos de fiscalização.
“Se o Ministério Público quiser abrir as
contas da prefeitura, não vai haver qualquer problema. Muito pelo contrário,
quero que investiguem, sim. Abro, inclusive, minhas contas pessoais, se for
preciso”, emendou Beto Baía, durante o intervalo da audiência no Núcleo de
Defesa da Saúde Pública, do Ministério Público, no bairro do Poço, em Maceió -
onde a promotora Micheline Tenório cobrou do gestor municipal melhores condições
dos postos de saúde e na distribuição de remédios, além da melhoria da atenção
básica à população em geral.
Após o encontro desta segunda, uma audiência
pública será realizada em União dos Palmares, onde a população deverá ser ouvida
sobre os problemas relatados. Posteriormente, poderá ser proposto um Termo de
Ajustamento de Conduta (TAC). E caso a medida não surta efeito, o MPE ingressará
com uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa.
Relembre o caso
O titular da 1ª Vara de Justiça de União dos
Palmares, juiz Ygor Vieira de Figueiredo, acionou, no último dia 14, o
Ministério Público de Alagoas para investigação em torno da citada lista. O
material foi apreendido durante uma diligência da Comissão Especial de Inquérito
(CEI) que investiga supostas irregularidades em contratos celebrados entre
empresas e o poder Executivo municipal.
Figuram na citada lista os nomes
de 14 vereadores que seriam agraciados com pagamentos suspeitos e cotas de
cargos públicos destinados a assessores. O material teria sido coletado na
residência do ex-secretário geral da prefeitura, Edmir Morais.
À
Gazetaweb, o magistrado explicou que a desconfiança acerca do suposto esquema
surgiu quando sete vereadores que faziam oposição ao prefeito se negaram a
participar da CEI que investiga irregularidades nos contratos da Prefeitura.