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Politica
05/01/2014 11:52:05

Alagoas deve ter três grandes nomes para a disputa ao governo, diz especialista


Alagoas deve ter três grandes nomes para a disputa ao governo, diz especialista
Palácio do Governo em Maceió

cadaminuto //

vanessa siqueira

 

Para quem esperava mudanças com a chegada do novo ano, as expectativas não serão de tantas modificações no cenário econômico de Alagoas. A economia deverá se manter sob os setores do comércio e de serviço. Já no âmbito político, pelo menos três grandes nomes são as apostas para a disputa ao governo do Estado, que deverão se solidificar com a formalização de alianças. Porém serão os votos vindos do interior que devem definir os eleitos. O Cada Minuto conversou com o economista Cícero Péricles e com o cientista político Eduardo Magalhães que analisaram o cenário atual e deram algumas expectativas para 2014.

Pelo menos duas certezas teremos para este ano: uma Copa do Mundo e uma eleição nos esperam. Diante do atual quadro político, o cientista Eduardo Magalhães afirma que podemos esperar pelo menos três grandes candidatos para a disputa majoritária no Estado. Ele disse que alguns fatores como as alianças serão decisivos para ditar os rumos da marcha eleitoral.

“Acredito que o senador Benedito de Lira esteja entre um dos nomes para a disputa. Ele vem trabalhando duro e possui boas parcerias em Alagoas. O deputado federal Alexandre Toledo recentemente mudou de partido e acredito que vá ser candidato ao governo. Já do grupo do senador Renan Calheiros, Renan Filho é o mais cotado para a disputa. Ele tem se mostrado presente no interior do Estado e é um forte nome”, analisa.

Apesar de Maceió concentrar o Poder Executivo, os votos das cidades do interior serão importantes nessa disputa. Magalhães destaca que nesse sentido muitas alianças devem levar em consideração que 2/3 dos votos estão no interior do estado.

“A votação no interior será decisiva. Por este motivo acredito ainda que um possível quarto nome de peso possa disputar a eleição. Um exemplo é o Luciano Barbosa, que é uma grande liderança regional e um nome forte para disputar qualquer cargo. O Senador Fernando Collor está reconquistando o prestígio e tem sido muito procurado. Não descarto ainda José Thomas Nonô querer disputar o cargo. O governador Teotonio Vilela ainda não apresentou seu candidato, então acredito que possa sair algo de uma possível aliança. Podemos esperar que muitas novidades e candidaturas irão se definir com a solidificação dessas alianças”, completou.

A vez das obras de infraestrutura

Consolidada sob o comércio e o setor de serviços, a economia alagoana pode ter resultados expressivos em 2014 com o aumento de investimentos na infraestrutura, a exemplo das obras do PAC e do programa Minha Casa, Minha Vida, ambos do Governo Federal.

Segundo o economista Cícero Péricles, o governo federal tem sido um importante parceiro para custear obras importantes, que vão desde a construção de um ginásio de esportes no interior até as obras do Canal do Sertão.

“No âmbito econômico, o cenário será muito parecido com 2013, positivo. Os setores de comércio e serviços são cada vez mais importantes para a economia estadual. Mais de 70% do produto interno bruto vêm destes segmentos urbanos.

Eles deverão continuar neste ritmo em função do aumento da renda dos segmentos assalariados. O Brasil deverá crescer em torno de 3%, mas o Nordeste cresce mais rápido e isso influencia decisivamente a economia local. A construção civil deverá aproveitar a oportunidade do programa Minha Casa Minha Vida 3”, analisou.

Em 2013 Alagoas enfrentou uma crise no setor sucroalcooleiro e teve que enfrentar um período de estiagem, que levou diversos municípios a decretar emergência. Além disso, dados do Caged apontaram que mais de 39 mil postos de trabalho foram fechados. Segundo Péricles o cenário deve ser bem parecido, já que Alagoas possui um mercado de trabalho oscilante, em função do comportamento de segmentos que dependem da safra e entressafra, como a agricultura; e da baixa e alta estação, como o turismo.

“A estiagem penaliza, principalmente, as pequenas localidades do Sertão a Agreste, mais vinculadas a agricultura, onde é mais sentida a falta de água. A previsão para 2014, segundo os centros de meteorologia, é de chuvas regulares este ano. Vamos torcer”, afirmou.

O economista destaca também que setores como saúde e educação que tiveram desempenho ruim no ano anterior devem ter uma resposta a longo prazo com investimentos do governo federal.

“Esse é um problema de gestão pública, estadual e municipal. O balanço do IDH [índice de Desenvolvimento Humano] anunciado em setembro apresentou dados muito ruins para Alagoas, que ficou em última colocação; os problemas na educação pública, principalmente nas escolas fundamentais e de ensino médio, assim como os da saúde básica, atrasam em muito nossa possibilidade de desenvolvimento. A maioria esmagadora das prefeituras e o Estado de Alagoas não conseguiram responder esses grandes desafios, o que demonstra que somente essa combinação de mais recursos nacionais e mais controle social essas áreas poderão avançar”, pontuou.

Por outro lado, os investimentos no setor industrial devem dar dinâmica ao setor, que apresentou pouco crescimento ultimamente. Já sobre o aumento do salário mínimo, ele afirma ser um ponto positivo para a economia alagoana como um todo, na medida em que amplia o mercado local.

A estimativa é que 800 mil alagoanos tenham aumento na renda a partir deste ano. Ele alerta que as prefeituras devem ter cuidado com as despesas, que inevitavelmente irão aumentar.

“As prefeituras têm um problema real, mas que é previsível, porque é uma política nacional que vem desde 2005. O problema está em que a maioria absoluta dos municípios não tem arrecadação própria para fazer frente aos aumentos legais. Não arrecadam porque são localidades pobres, as prefeituras não têm secretarias de finanças eficientes, porque não planejam o desenvolvimento local e, importante, os gestores não admitem o desgaste político que é ter de cobrar o IPTU e o ISS em sociedades pobres, como são os municípios alagoanos”, completa.

 



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