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Economia
02/01/2014 10:34:41

"Alagoas pode ficar reduzida a seis usinas", diz assessor técnico Faeal, Noel Loureiro


Coruripe

cadaminuto //

blog do bernardino

 

Alagoas pode ficar reduzida a seis usinas, diz Noel Loureiro
Assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Alagoas (Faeal), Noel Loureiro, antes da virada do ano, disse ao Blog Bernardino, a cultura da cana no Nordeste, já está em processo de encolhimento. De acordo com ele, Alagoas já contou com 37 usinas e hoje este número foi reduzido para 23 unidades produtoras.

Segundo Noel Loureiro Alagoas poderá ficar apenas com seis usinas, sendo entre elas, três tem sobrevivência garantida: Coruripe do grupo Tércio Wanderley; Santo Antônio - no norte de Alagoas do grupo Maranhão e Caetés do grupo Carlos Lyra. As outras três ele não fez nenhuma citação.

Na década de 90, Alagoas contava com 530 mil hectares de cana plantada. Atualmente, são 430 mil”, destacou Loureiro.

O assessor da Faeal acredita que apenas algumas unidades produtoras terão condições de sobreviver às mudanças impostas pelo fim das queimadas. “Mas usinas localizadas na região norte do Estado não terão condições favoráveis para isso, já que a colheita mecânica não pode ser realizada em áreas acidentadas. As empresas não tem como fazer a colheita se não for com a mão de obra”, declarou.

A crise que as usinas de açúcar e álcool de Alagoas vêm enfrentando não tem fim. O caos acontece porque as empresas estão endividadas e algumas não vão nem moer a safra 14/15.

Na região nordestina, a safra da cana vai de setembro a março. Em Alagoas, existem 23 usinas de açúcar e álcool. Mas, pelo visto, este ano cinco delas não irão moer.

O motivo é o crescimento das dívidas com fornecedores e trabalhadores, o que vem gerando demissão, motivo pelo qual a Usina Roçadinho, situada em São Miguel dos Campos, chegou a demitir cerca de 300 funcionários, fora os que trabalham no campo.

 

O Semanário Extra conversou com o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Lourenço Lopes, que alegou que o problema estaria relacionado à defasagem no preço do etanol que chega a 30%, o que termina por afetar todo o setor, na medida em que as empresas aumentam a produção de açúcar, desequilibrando o mercado.

Outro detalhe preocupante relatado por Noel Lourenço foi de que as indústrias do setor não têm mais acesso a crédito, ao menos dentro do mercado financeiro nacional.

"A razão básica para esse problema estar ocorrendo é a falta de compromisso do Governo Federal, que não vem cumprindo o que havia prometido para a nossa classe. Não definem nada e só vemos o preço do etanol congelado e o custo para nós aumentando."

Outro problema é o reajuste salarial para os funcionários, em todas as áreas há o aumento, mas na nossa classe não, o que acaba gerando o desconforto e o faturamento acaba caindo, pois ninguém gosta de trabalhar com atrasos de salário", explicou.

Sobre a safra desse ano, Lopes alegou que, mesmo com as chuvas de setembro e outubro, haverá uma redução significante, o que afetará ainda mais a crise. "Esse problema que vem ocorrendo pode deixar, por exemplo, a usina Laginha do grupo João Lyra em Alagoas sem moer nesta safra, e ainda a usina Taquara. Acreditamos que cinco usinas não consigam moer, que será uma grande perda se isso acontecer".

Divídas das usinas
Lopes falou também sobre as dívidas das usinas com seus trabalhadores. "Além de estarmos enfrentando toda essa dificuldade, ainda tem as dívidas das usinas, já que muitas indústrias ainda devem da safra anterior e o maior devedor é o João Lyra.

 

Sabemos [que a dívida] que não será paga, pois eles dizem que não têm dinheiro". A reportagem conversou também com Noel Loureiro, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Alagoas (Faeal), que explicou que, caso venha ocorrer mais fechamento de usinas no Estado, o setor se agravará ainda mais.

 

"Se a crise piorar, 86% da nossa agricultura será atingida, o que levaria o Estado a falir de vez. Em 1990 tínhamos 37 usinas, atualmente temos 24, mas apenas 19 irão moer. Pelos dados do IBGE, em 23 anos tivemos o fechamento de 13 usinas, um problema grave para o desenvolvimento de Alagoas".

Segundo levantamento do Grupo Idea, pelo menos 57 usinas no Brasil deixaram de moer nos últimos meses, deixando um rastro de dívidas e passivos trabalhistas que provocaram dificuldades em todos os setores. Segundo fontes da Única – União da Indústria da Cana-de-açúcar – das 442 usinas sobram 385 e, deste montante, grande parcela tem convivido com grandes dificuldades financeiras e devem deixar de operar no final da safra que se inicia, principalmente em Alagoas.



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