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Polícia
28/11/2013 10:56:17

Fraude em CNHs no Detran/AL tem ramificação em mais 2 estados


Fraude em CNHs no Detran/AL tem ramificação em mais 2 estados
Ilustração

tudonahora //

vanessa siqueira

 

Após a prisão de dois funcionários do arquivo do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), um despachante e o vereador por Branquinha Francisco Pereira da Silva, o "François", a Deic (Divisão Especial de Investigações e Capturas) vai cumprir 40 mandados de condução coercitiva. A delegada Ana Luíza Nogueira disse ao TNH1 nesta quinta-feira (28) que as pessoas, algumas delas de outros estados, serão ouvidas por terem comprado CNHs do grupo preso na operação de ontem.

 

A delegada explicou que as pessoas serão encaminhadas à sede da Deic para prestar esclarecimentos. Durante as investigações, a polícia apurou que essas pessoas não realizaram nenhum tipo de avaliação para conseguir a Carteira Nacional de Habilitação. Muitos dos envolvidos moravam na Paraíba e em Pernambuco e eram recrutados pela quadrilha para participar do esquema.

 

“Dessas pessoas que serão ouvidas tem gente de Alagoas, mas há muitas pessoas que são de outros estados. Depois de ouvidas, se for comprovado que elas participaram do esquema, os envolvidos podem sofrer infração penal e responder até por falsidade ideológica”, disse Ana Luíza.

 

A polícia também vai investigar se o grupo preso ontem retirava o nome de pessoas que ainda não tinham renovado a habilitação do sistema e colocavam em seus lugares nomes de pessoas que compraram a CNH.

 

“Tudo ainda está em investigação. Ainda não posso afirmar se outras pessoas serão presas. Muita coisa depende dos depoimentos dessas 40 pessoas que começam a ser procuradas pela polícia”, completou.

          

A operação

De acordo com as investigações, os funcionários Valdir Cardoso Lins e Antônia Maria dos Santos são do Departamento de Arquivo do Detran e falsificavam documentos para “esquentar” carros roubados e falsificar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). O despachante Vicente Ferreira da Silva, conhecido como "Repolho", também participava do esquema.

 

Segundo Ana Luiz Nogueira, os acusados vão responder pelos crimes de falsificação de documento público, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações e formação de quadrilha.

 

As investigações, segundo a delegada, foram iniciadas a partir da constatação de uma substancial elevação da emissão e renovação de CNHs nos últimos seis meses, observada no Detran de Maceió e em Ciretrans de cidades da Zona da Mata alagoana.

 

O vereador Francisco e o despachante “Repolho” serviam de intermediários entre as pessoas que queriam obter a carteira de motorista de forma fraudulenta e os servidores do departamento de trânsito, que recebiam dinheiro do esquema.

 

As CNHs saíam do Detran de forma legal, depois que os referidos servidores alteravam os dados no sistema de arquivos do órgão. “Eles inseriam dados falsos no cadastramento de prontuário único”, explicou a delegada.

 

Pelo que foi apurado, a organização criminosa é especializada em fraudar a emissão de CNHs, havendo na investigação centenas de procedimentos administrativos instaurados pelo próprio Detran.



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