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O soldado reformado da
Polícia Militar de Alagoas, Luiz Barcelos de Mendonça, de 69 anos, denunciou
com exclusividade ao portal Correio de Alagoas, que está sendo perseguido pelo
comando da corporação da corporação e teme que parte de seu salário seja reduzido.
Ainda de acordo com ele, oito pessoas sobrevivem com R$ 2.446. Tudo teve início
em 1968, quando Barcelos entrou para a corporação, serviu durante dois anos,
até que em uma atividade física bateu a cabeça em outro colega de farda.
Barcelos já caiu no chão desacordado, foi encaminhado ao hospital e ficou 30
dias em coma, no laudo consta que ele teve contusão craniana comoção cerebral
obnubilação mental. Logo em seguida, após sair desse estado teve perda de
memória e voltou a ser internado várias vezes.
O PM Barcelos, nunca recebeu
uma promoção. “Hoje era para ser 3º sargento, mas a corporação nunca fez nada
por mim, nunca me promoveu, nem na época que servir a população”, contou
Barcelos, que hoje recebe o salário, acrescido de auxílio invalidez. A grande
preocupação do soldado é que a corporação já retirou o auxílio invalidez no ano
de 2011 durante o período de 4 meses, ele recorreu e conseguiu tê-lo novamente
incorporado ao salário, mas Barcelos afirma que vem sofrendo represálias por
parte do comando da PM de que terá o auxílio cortado novamente no mês de
dezembro e sem a possibilidade de recorrer novamente.
“Sustento oito pessoas na
minha casa que vivem apenas do meu salário acrescido do auxílio invalidez que
somados tem um valor de R$ 3.421, que já é pouco, se retirarem o meu auxílio
invalidez que é no valor de um salário mínimo iremos sentir essa diferença.
Além de que minha casa está caindo e preciso do meu salário completo, para
conseguir reformar e continuarmos morando aqui”, explicou Barcelos.
Mesmo após ser vítima de
várias ameaças, o soldado não teme, continua falando as irregularidades da
corporação. “Ligam para o telefone da minha residência, celular e falam que é
melhor eu ficar calado, pois eles podem matar a minha família, mas eu não tenho
medo, o que falo é verdade”. O militar passou toda sua juventude trabalhando,
com o objetivo de manter a ordem pública no Estado de Alagoas. “Tenho certeza
de que prestei relevantes serviços à Polícia Militar, como também a meu Estado.
Casei e constituí uma família confiando que o Estado garantiria a minha
sobrevivência através do pagamento do meu salário”, expôs.
Mesmo estando reformado o
soldado veste a camisa da PM, mas não acredita que a polícia esteja exercendo o
seu papel fundamental a população. “Eu não acredito mais na polícia, nem na
justiça. Fico revoltado com esses que estão na ativa e não vestem a camisa”. A
equipe do site Correio de Alagoas entrou em contato com a assessoria de
comunicação da Polícia Militar de Alagoas e eles informaram que esse tipo de
procedimento não existe, pois da mesma forma que o soldado Barcelos teve que
passar por toda uma burocracia para receber o auxílio invalidez, da mesma forma
seria para deixar de receber.