Alagoas é o segundo estado onde mais se mata por motivação política

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gerônimo vicente

Há 29 anos que o estado de Alagoas divide com Pernambuco os dois primeiros lugares na estatística sobre crimes de homicídios por motivos políticos. No período de 1984 a 1994, a liderança do ranking coube a Alagoas que, a partir do ano seguinte cedeu a posição para o estado vizinho. Porém, de 1995 até hoje não saiu do segundo lugar. Os dados foram apresentados neste domingo em reportagem do jornal Estado de São Paulo que apresentou infográficos sobre os crimes políticos no Brasil desde 1979.

Aliás, no final da década de 1970, outro concorrente de Alagoas foi o Rio de Janeiro, porém por um período curto. Em 1979, Alagoas liderava os assassinatos políticos com 112 casos e o Rio de Janeiro vinha em segundo com 110, apenas dois a menos. Nesses 33 anos de dados coletados, somente em 1981 é que o território alagoano ficou fora dos dois primeiros postos,os quais foram divididos entre Rio Grande do Norte e Maranhão.

O estado de Pernambuco é o líder nacional de assassinatos com motivações políticas com 210 casos, de 1979 até hoje, seguido de Alagoas com 112. O que mais impressiona nos dados é que os números de crimes com mortes chega a superar a dez casos no período de quatro anos, principalmente, em época de eleições municipais.

Conforme reportagem do veículo de comunicaçção paulista, boa parte desses crimes estão sem solução e cita , o da deputada federal Ceci Cunha como um dos poucos assassinatos políticos a ter um desfecho quanto aos culpados, apesar da demora de 20 anos. A reportagem cita ainda os casos do assassinato de Fernando Aldo, em Delmiro Gouveia, do vereador de Anadia, Luiz Ferreira.

Na publicação é citado que dois terço dos inquéritos policiais enviados ao Ministério Público não apontam nem autor nem mandantes dos crimes. Afirma ainda que,para um raio X da política que se pratica pelo Brasil afora, a contagem da matança começou a partir da manhã de 28 de agosto de 1979 - quando entrou em vigor a Lei da Anistia, que facilitou o acesso às instituições públicas - e foram analisados casos ocorridos até o final de agosto deste ano.

A Lei de Anistia foi escolhida como ponto de partida do trabalho por se tratar de um marco de pacificação na nossa história recente.

Confira os dados