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Economia
13/10/2013 10:16:01

Utinga Leão pede recuperação juridica: empresa funcionava desde 1894


Utinga Leão pede recuperação juridica: empresa funcionava desde 1894
Utinga Leão em Rio Largo

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blog edivaldo junior

 

Depois do Grupo João Lyra – com três unidades em Alagoas e duas em Minas Gerais – e da Roçadinho, mais uma usina de Alagoas entrou com pedido de recuperação judicial: A S/A Leão Irmãos, de Rio Largo. A empresa vem enfrentando problemas para manter a moagem, iniciada há cerca de duas semanas.

 

Caminhões carregados de cana pertencentes à indústria foram apreendidos e ficaram estacionados às margens da BR 104 em Maceió durante essa semana, num trecho próximo ao campus AC Simões da Ufal. A empresa enfrentou ainda este ano várias greves e protestos de trabalhadores, por conta de atraso nos salários, além de atrasos nos pagamentos de fornecedores de cana.

 

Apesar dessas dificuldades, a usina continua em operação, os caminhões já foram recuperados e a moagem teria sido suspensa neste sábado,12 em função da chuva.

 

O processo

O processo tramita na Justiça de Pernambuco, onde o grupo EQM (Eduardo Queiroz Monteiro), que controla além da Leão em Alagoas outras unidades em Pernambuco (Cucaú e Laranjeiras) está sediado. O pedido de recuperação judicial foi feito (de acordo com pesquisa realizada no site do TJ/PE), em nome de Zihuatanejo do Brasil Açúcar e Álcool S/A, Companhia Geral de Melhoramentos de Pernambuco, Kelbe Participações Ltda, S.A. Leão Irmãos Açúcar e Álcool e Brazil Ethanol Leão Participações S/A, empresas do grupo EQM.

Até o momento não há informações de que o pedido que tramita, desde o último dia 10, na Vigésima Quinta Vara Cível da Capital tenha sido acatado.

 

Prevenção

A medida é preventiva e visa manter a indústria em operação. A unidade é uma das 12 que conseguiu iniciar a moagem em Alagoas até o momento nesta safra, mas enfrenta dificuldades para se manter em funcionamento por conta da cobrança judicial de suas dívidas com bancos nacionais. A empresa é a quinta mas certamente não será a última a entrar com pedido de recuperação judicial nesta safra em Alagoas.

 

Na safra 12/13 a Leão processou 987 mil toneladas de cana. A moag

em na safra 11/12 foi de 1,24 milhão de toneladas e na safra 10/11 foi de 1,34 milhão. A queda de produção contribuiu certamente para agravar as dificuldades na empresa.

 

Repercussão

O presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Lourenço Lopes, desconhece o pedido de recuperação judicial. Ele adiantou que participa, na próxima semana, de reunião com Eduardo Monteiro, presidente do grupo EQM, em Recife, para definir como será a relação da empresa com os fornecedores de cana de Alagoas.

 

“Se não existir garantia de pagamento, não terá a cana do produtor”, alerta.

O presidente do Sindaçúcar-AL, também não confirmou o pedido na Usina Leão , mas disse que vê com extrema preocupação a crise que afeta o setor sucroalcooleiro em Alagoas, especialmente pelos seus efeitos na economia do estado.

 

Na avaliação de Pedro Robério Nogueira o instrumento da recuperação judicial é uma das alternativas que restam aos produtores de álcool e etanol diante da crise que atinge o setor sucroalcooleiro no Brasil.

 

Em São Paulo, segundo dados da Única (até novembro de 2012) pelo menos 37 usinas tinham entrado com pedido de recuperação judicial desde 2008. Em igual período houve requerimento de falência de 9 unidades.

 

De acordo com Pedro Robério Nogueira, “a recuperação judicial é, em muitos casos, a única saída. O ideal é que o pedido seja feito com a indústria funcionando, mas nem sempre isso é possível”.

 

Para Pedro Robério Nogueira a recuperação judicial é uma medida extrema, com traumas para todas as partes envolvidas, mas no caso das empresas não existem alternativas: “sem crédito novo as indústria não tem como liquidar seus compromissos. A alternativa em vários casos é a recuperação judicial ou o enceramento de suas atividades operacionais”.

 

História

Fundada em 1894, por Luiz de Amorim Leão Filho, a Leão, localizada em Rio Largo, é uma das mais antigas e importantes usinas de Alagoas e já chegou a gera mais de 4 mil empregos na safra e mais de 2 mil na entressafra. A empresa foi vendida na década passada para o grupo EQM e está localizada numa das melhores áreas do Estado para a atividade canavieira.



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