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Alagoas Violência
21/09/2013 10:32:44

Mais da metade da população carcerária é formada por jovens


Mais da metade da população carcerária é formada por jovens
Foto Ilustrativa

O sistema carcerário alagoano vive uma realidade social inversa da população nas ruas. Enquanto dados estatísticos mostram o aumento no número de idosos em todo país, mais de 50% dos presos de Alagoas têm entre 18 e 24 anos. A informação é do promotor Flávio Gomes da Costa, presidente do Conselho Penitenciário de Alagoas, em entrevista ao jornalista Ricardo Mota, veiculada no canal 26 da NET.

 

“As estatísticas mostram que em 2030 e 2040 muitas pessoas serão idosas. Em paralelo, temos o país do sistema penitenciário, com suas próprias leis e regras, onde o perfil populacional está rejuvenescendo”, sustentou Flávio Gomes.

 

Para o promotor, o fenômeno do rejuvenescimento da população carcerária tem sido observado nos últimos cinco anos, período em que ocorreu a “explosão da droga”. De acordo com ele, a droga aparece como pano de fundo em grande parte das prisões efetuadas em Alagoas.

 

A falta de estrutura familiar e a falta de políticas públicas para tirar o jovem da ociosidade são alguns motivos apresentados pelo promotor que influenciam para o alto número de adolescentes por trás das grades.

 

“Sistema penitenciário está falido”

Inoperante e falido. É desta forma que o presidente do Conselho Penitenciário avalia a atual estrutura do Sistema Penitenciário Brasileiro, que, segundo ele, tem falhado no objetivo de ressocializar presos. “O nome [do preso] é reeducando, porque a pessoa devia ser reeducada, mas só encontra ociosidade e um sistema violento. O que esperar de uma pessoa que está ali? Nada mais, nada menos que doutores, PhDs, universitários do crime”, pontuou.

 

Flávio Gomes sustenta que o sistema “mistura” presos periculosos com pessoas que cometeram infrações mais simples, como furtos, contribuindo para que os detentos deixem os presídios piores do que entraram.

 

“O sistema penitenciário é o patinho feio do sistema de segurança. [...] A gente percebe que a as autoridades se distanciam do sistema, que é um depósito de pessoas que vivem opressão grande. E se não der valores, cultura de mudança, o que esperar?”, questiona.

Para conferir a entrevista completa, assista ao Ricardo Mota Entrevista nos seguintes horários alternativos: segunda, às 6h30 e 22h30; na terça, às 3h30; na quarta, às 16h30 e 20h; na quinta, às 19h30; na sexta, às 7h30, 13h30 e 21h30; no sábado, às 3h30 e 14h15; e no domingo, às 0h30, 5h, 12h30, 18h e 23h30.

 

Superlotação

A população carcerária total de Alagoas é de 4.924 presos, entre provisórios, reclusos em regime fechado, recolhidos em presídios federais, e aqueles que cumprem pena em regime aberto e semiaberto.

 

A capacidade total nos presídios alagoanos, entretanto, é de 1.924 presos – o que indica um excedente de 3.016 presos no sistema penitenciário alagoano, de acordo com dados levantados até o último dia 16.



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