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Saúde
02/06/2013 09:13:53

Você Pensa que Não Pode...


Você Pensa que Não Pode...
Dr. Jacinto Martins de Almeida

Durante o tempo em que atuo com psicoterapia, principalmente com a hipnoterapia Ericksoniana, já vi e ouvi pessoas de ambos os sexos relatarem chorando, que vivem num inferno, devido a um relacionamento compartilhado, ou um relacionamento com constantes agressões, humilhações diversas e até mesmo traições. E por mais que tentem, não conseguem sair dessa situação por “amar” muito o parceiro.

 

O interessante nesse relato é a pessoa dizer que não tem forças para sair da situação, mas contraditoriamente tem uma força enorme para permanecer nela; mesmo sendo humilhada, agredida e insultada. E ainda, ilusoriamente, pensa que isso que sente é “amor”. Não, não é amor; ao contrário, isso é falta de amor, falta de amor próprio, ausência de autoestima, porque para amar alguém é necessário se amar em primeiro lugar. Talvez possa até ser incluído na categoria de amor, mas como amor insano, amor doentio, amor masoquista.

 

O que também me chama atenção é a pessoa dizer que por mais que tente não consegue sair da situação. Quando isso acontece, realmente é o fim. Isso quer dizer que foi gerada uma crença negativa de que não adianta mais tentar, porque não vai conseguir. Então, em virtude desta crença negativa, a pessoa se desmotiva, desiste de tentar e fica aprisionada a esse relacionamento.

 

Só existem duas formas de não se conseguir. Uma é não tentar, a outra é tentar, falhar e desistir. Se não tentar, ou tentar, falhar e desistir; sabe quando se vai conseguir? NUNCA! O que teria acontecido se Thomas Edison, o inventor da lâmpada elétrica tivesse desistido de fazer a lâmpada acender depois de 1200 tentativas? Logicamente, hoje não teríamos a lâmpada elétrica.

 

Vou relatar um caso verídico, acontecido no ano de 1968, que vai servir de analogia com o caso de pessoas que vivem num relacionamento doentio de longa duração.

 

Na cidade de Major Izidoro tinha um rico e conhecido fazendeiro; este senhor fazendeiro, teve uma dor na articulação do dedo polegar da mão esquerda, essa dor foi ficando insuportável e ele procurou ajuda. Na época, procurou os melhores médicos existentes em Alagoas; como a medicina não era tão avançada como hoje, os efeitos não foram os esperados, ou seja, passava alguns dias sem dor e depois a dor voltava com força total. Esse sofrimento se alongou por muito tempo e estava ficando insuportável, até que ele não aguentou mais e resolveu dar um basta definitivo naquela situação.

 

O senhor fazendeiro, acordou-se de manhãzinha com uma dor intensa no polegar, levantou-se, foi até o carro (um jeep) e pegou um facão; dirigiu-se para a cozinha, pegou a tábua de cortar carne e a colocou em cima da pia, colocou o dedo em cima e deu um golpe fatal com o facão e decepou o dedo. A dor foi tanta, que deu um grito violento que acordou toda família e depois desmaiou. A mulher junto com os filhos, o colocou na cama e passaram álcool no seu nariz e o mesmo retornou. Logo, estancaram o sangue e fizeram um curativo no seu dedo.

 

Na medida em que o tempo foi passando, o dedo foi cicatrizando e a dor diminuindo; até que com a cicatrização total a dor desapareceu. Depois de cicatrizado, todas às vezes que ele olhava para o dedo decepado, lembrava que um dia ali houve uma dor, mas que a falta daquele dedo era apenas a lembrança de uma dor que deixou de existir.

 

Como vocês perceberam o senhor fazendeiro, após um logo e intenso sofrimento, chegou à conclusão que só tinha duas opções para o seu problema: ou continuava com o sofrimento de dor infinita, ou sentia uma dor terrível de uma só vez e se livrava daquele sofrimento.

 

Num relacionamento doentio, onde o parceiro é constantemente e longamente insultado, ignorado, maltratado, desrespeitado, humilhado, anulado, subjugado ou traído; ou mesmo por outro motivo, que faz com que a pessoa não se sinta bem neste relacionamento, também existe essas duas opções: ou a pessoa permanece neste sofrimento emocional infinito que fatalmente o levará a infelicidade e desemboca no caminho da depressão, ou sente uma dor imensa de uma só vez, dando um basta neste relacionamento doentio, e espera pela cicatrização.

 

Existem pessoas que tentam e conseguem sozinha sair dessa situação; no entanto, existem outras que tentam sozinhas e falham, mas tentam com ajuda especializada e também conseguem sair. O importante é tentar, pouco importa a forma.

Portanto, não deixe de tentar, mesmo que falhe, continue tentando. Se desistir, irá ficar aprisionada aquela situação de sofrimento e consequentemente vai se enquadrar naquilo que se chama “a coragem da covardia”.

 

Covardia, não é medo de enfrentar o novo, o desconhecido que insegurança está nos causando. Covardia é ter coragem de permanecer no velho, no desconforto emocional que está nos aprisionando.

 

Dr. Jacinto Martins de Almeida

Psicólogo/Psicanalista/Hipnólogo/Acupunturista

ESPECIALISTA NO TRATAMENTO DE MEDOS E DORES




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