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Alagoas
01/06/2013 21:24:17

Caos na rede pública de saúde faz com que médicos se tornem vulneráveis ao erro


Caos na rede pública de saúde faz com que médicos se tornem vulneráveis ao erro
Ala vermelha HGE em Maceió

correiodealagoas //

manuela felix

 

A população vive um drama quando se trata dos serviços ofertados pela rede pública de saúde. Nos últimos meses, alguns casos de suposta negligência médica ocorridos no Estado acenderam o sinal de alerta para a questão dos atendimentos médicos. Alguns procedimentos foram abertos para investigar esse tipo de problema e estão sendo apurados pelas instituições competentes. No Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), por exemplo, cerca de 200 profissionais estão sendo investigados.

 

Fernando Pedrosa, médico e o presidente do conselho, afirma que todos os casos ao chegarem no Cremal são apurados, sempre levando em conta questões relacionadas às condições de trabalho existentes para que os médicos cumpram com suas funções. Para ele, o Hospital Geral do Estado (HGE) por apresentar uma constante superlotação faz com que os profissionais fiquem mais vulneráveis a cometer erros.

 

Segundo Pedrosa, os profissionais trabalham com uma sobrecarga enorme. O médico está em um local onde existem pacientes espalhados por todos os setores. Na hora de apurar as denúncias de negligência que chegam é preciso observar a situação como um todo. Diante das condições precárias em que se encontra o HGE Pedrosa considera que as falhas médicas ainda são poucas

 

O médico ainda destaca que já presenciou a observação da área vermelha, que tem capacidade para oito pessoas, com 46 pessoas. Portanto, muito maior que a capacidade permitida e se fosse possível, o Cremal já teria interditado a unidade de emergência.

 

O Ministério Público Estadual (MPE) também tem apurado as denúncias de negligência médica que chegam ao órgão. Uma delas se relaciona ao caso envolvendo a morte do jovem Wanderson Ricardo, de 23 anos, morto no HGE sendo vítima de uma apendicite no último dia 17 de maio. A família do jovem pede que o caso seja apurado e denuncia a equipe médica por negligência.

 

Micheline Tenório, promotora de Justiça de Saúde da Capital, ressalta que além de apurar os casos de negligência que chegam ao órgão, tem-se atuado na fiscalização dos serviços de saúde ofertados aos alagoanos. Segundo ela, o caos é grande e muitas são as reclamações.

 

De acordo Pedrosa, o Cremal recebe anualmente cerca de 6 denúncias contra médicos por negligência. A maioria delas diz respeito a mais de um profissional. No caso de culpabilidade, há cinco tipos de punições que vão desde uma notificação confidencial à cassação do médico.

 

O presidente do Cremal, apesar do caos está instalado na rede pública de saúde, explica que a maioria das denúncias diz respeito à má prestação de serviços na rede privada por se tratar de pessoas mais esclarecidas.

 

Além do caso do jovem Wanderson, tem-se a morte de Edlene da Conceição, de 37 anos. Ela teve o atendimento negado no Ambulatório Denilma Bulhões por conta da falta de médicos. O caso também está sendo investigado pelo Ministério Público.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) relata que existem três tipos de erro médico, que são:

- Imperícia, que é quando um médico não tem capacidade ou meios para resolver a situação;

- Imprudência, quando o profissional vai além do que deveria fazer e isso acarreta em erro;

- Negligência, que é quando ele faz de menos, deixa de fazer ou de atender.

 

O profissional, neste último caso, pode responder a até quatro tipos de processo: o civil, o criminal, o administrativo e o de ética. Uma vez denunciado, as instâncias competentes abrem o procedimento investigativo. Na Sesau, atualmente, existem em média 80 processos administrativos de todas as naturezas, não se limitando apenas aos casos de negligência.



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