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agência estado
Na
recepção do gabinete do secretário de Educação de Alagoas, Adriano Soares da
Costa, um painel na parede anuncia a missão do órgão: “garantir a
universalização do acesso à Educação de qualidade, a permanência do aluno na
escola e o fortalecimento do sistema estadual de educação, de acordo com as
políticas nacionais e estaduais”.
A pouco mais de 10 metros dali, na Escola Estadual Maria José Loureiro, a
realidade é outra. Com 1.050 alunos, a unidade funciona pela manhã e à tarde.
“O turno da noite foi extinto em 2010 por causa da evasão escolar”, conta a
diretora, Juliana Ferreira de Amorim, Um dos motivos para o sumiço dos alunos,
segundo ela, foi a violência. “A gente tem uma série de dificuldades, que vai
da baixa renda das famílias à falta comprometimento de alguns professores”,
aponta.
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas, Maria
Consuelo Correia, a carência de professores é o maior problema da rede pública
estadual. Sem concurso desde 2005, o Estado convive com uma carência de pelo
menos 3,4 mil profissionais, segundo o sindicato. “Somente de 2010 para cá, 3
mil professores se aposentaram”, diz ela.
Há pelo menos um ano o governo anuncia a realização de concurso público. Para
tentar minimizar o problema, a opção foi contratar cerca de 600 monitores de
ensino - 232 deles convocados no dia 10 - que se juntarão aos cerca de 7,7 mil
professores da rede estadual. “O problema é que a maioria ainda é muito verde,
não tem experiência ou está ainda cursando a faculdade”, reclama Juliana.
Apenas na escola que ela dirige, 15 dos 40 professores são monitores.
A situação acaba resvalando nos estudantes. Johnny Robert Tavares de Souza tem
18 anos e ainda cursa o 8.º ano, depois de ser reprovado seis vezes. Ele acha
que os professores deveriam incentivar mais os alunos na sala de aula. “Nem
todos sabem despertar o interesse da gente.”
Ademir Oliveira, técnico da Secretaria de Educação, admite que o trabalho de
monitores no lugar de docentes prejudica o ensino, pois a formação é precária e
a rotatividade, alta. “Com o concurso, que será até o meio do ano, ações
pedagógicas e reforma de prédios esperamos dar o salto que Alagoas deve à
população.